A Rússia disse nesta quinta-feira (1º) que a aprovação pela Câmara de Representantes dos EUA de um reforço às sanções contra o Irã não vai ajudar a resolver a disputa sobre o programa nuclear de Teerã.
Os parlamentares norte-americanos aprovaram um projeto de lei, na quarta-feira, que vai reduzir as exportações de petróleo do Irã a quase zero, em uma tentativa de reduzir o fluxo de recursos para o programa nuclear iraniano e enviar uma mensagem forte ao Irã antes da posse do presidente eleito, Hassan Rouhani.
O vice-chanceler russo, Gennady Gatilov, disse que as sanções do Conselho de Segurança da ONU que já estão em vigor contra Teerã são suficientes. Ele sugeriu que o projeto de lei dos EUA, que ainda tem mais etapas a percorrer antes de se tornar lei, é contraproducente.
"As sanções adicionais são realmente voltadas para o estrangulamento econômico do Irã, mas não para resolver o problema da não-proliferação", disse Gatilov à agência de notícias Interfax. "O que tem sido feito através do Conselho de Segurança é bastante adequado e suficiente."
As potências mundiais esperam que o novo líder relativamente moderado do Irã cumpra com as exigências feitas a Teerã para recuar com a atividade nuclear, que suspeitam ter por objetivo permitir a fabricação de bombas. O Irã diz que as atividades nucleares são exclusivamente para fins civis.
O presidente russo, Vladimir Putin, deverá pressionar por concessões do Irã sobre seu programa nuclear quando encontrar Rouhani pela primeira vez, em setembro, no Quirguistão. A Rússia é um membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, com poder de veto, e uma das seis potências mundiais envolvidas nas negociações sobre o programa nuclear iraniano.