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Ditaduras aliadas

Rússia diz que oposição venezuelana deve aceitar derrota e parabenizar Maduro

O ditador russo, Vladimir Putin, aperta a mão de seu homólogo venezuelano, Nicolás Maduro, durante reunião nos arredores de Moscou (Foto: EFE/ Maxim Shemetov/Arquivo)

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O Kremlin fez um apelo nesta terça-feira (30) para que a oposição venezuelana aceite sua derrota nas eleições presidenciais de domingo e parabenize o ditador Nicolás Maduro por sua vitória nas urnas.

“Vemos que a oposição não quer resignar-se e aceitar sua derrota, embora acreditemos que deveria fazê-lo e felicitar o vencedor das eleições”, disse Dmitry Peskov, porta-voz da presidência russa, em sua coletiva de imprensa diária.

Peskov considerou ainda “muito importante”, em referência aos protestos pós-eleitorais que eclodiram no país, “que as tentativas de aquecer a situação na Venezuela não sejam encorajadas por terceiros países”.

Além disso, defendeu que “a Venezuela esteja livre de interferências externas”, mas não mencionou as denúncias de fraude por parte da oposição e os apelos à transparência feitos por vários países latino-americanos.

O ditador russo, Vladimir Putin, felicitou Maduro nesta segunda-feira (29) por sua vitória eleitoral, ao mesmo tempo em que lhe disse que era sempre “bem-vindo” em seu país; enquanto os deputados e senadores russos que participaram como observadores negaram que tenha havido fraude eleitoral.

Por sua vez, a embaixada russa em Caracas pediu nesta terça-feira aos seus cidadãos no país latino-americano para evitarem, tanto quanto possível, sair às ruas, aglomerações de pessoas e "bairros conflituosos".

O regime russo também aconselhou os turistas de seu país que planejam viajar para a Venezuela a seguirem cuidadosamente todas as recomendações das autoridades russas.

Dois aliados do Kremlin na América Latina, as ditaduras de Cuba e Nicarágua, estão entre os poucos países da região que reconheceram a vitória eleitoral de Maduro, sem contestações.

Xi Jinping apoia reeleição questionável de Maduro

O ditador da China, Xi Jinping, também enviou nesta terça-feira uma mensagem de felicitações ao seu homólogo da Venezuela, Nicolás Maduro, pela reeleição.

“Desde que assumiu o cargo, Maduro levou o governo venezuelano e o seu povo a optar por um caminho de desenvolvimento que se adapta às suas condições nacionais, alcançando grandes conquistas na sua construção nacional”, disse Xi, segundo a agência de notícias estatal Xinhua.

O líder comunista afirmou que China e Venezuela são “bons amigos que confiam um no outro”, bem como “bons parceiros que avançam em direção ao desenvolvimento comum”.

"A China, como sempre, apoiará firmemente os esforços da Venezuela para salvaguardar sua soberania e dignidade nacional, bem como sua soberania e a justa causa venezuelana de oposição à interferência estrangeira", afirmou o ditador.

Xi conclui a carta destacando que está “ansioso para trabalhar com o presidente [ditador] Maduro para seguir conduzindo a parceria estratégica entre China e Venezuela contra todos os obstáculos a novos patamares para beneficiar os nossos dois povos”.

A China pediu nesta terça-feira respeito às escolhas feitas pelo povo venezuelano, depois de alguns países e organizações terem questionado a legitimidade das eleições presidenciais.

Nos meses que antecederam as eleições, a China reafirmou seu apoio "à soberania e independência" da Venezuela e seu desejo de que o regime do país sul-americano conduzisse o processo eleitoral de acordo com "sua constituição e leis nacionais" e "sem interferência externa".

Este ano marca o 50º aniversário das relações diplomáticas entre Venezuela e China, fortalecidas durante a gestão do falecido líder venezuelano Hugo Chávez (1999-2013) e consolidadas desde a sua morte até agora.

Os questionados resultados oficiais das eleições presidenciais na Venezuela, que deram a vitória a Maduro com 51,2% dos votos, suscitaram protestos nesta segunda-feira em Caracas e em várias regiões do país, alguns deles reprimidos pelos militares, enquanto a oposição majoritária ratificou a vitória do seu candidato, Edmundo González Urrutia.

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