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O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Alexandr Grushko, afirmou nesta sexta-feira (1º) que a OTAN, ao declarar o país como a “principal ameaça” à aliança, optou pelo confronto.
“A Rússia foi reconhecida como uma ameaça à aliança. Isso é um redirecionamento gravíssimo. É uma verdadeira declaração de enfrentamento conosco, de contenção da Rússia em todas as frentes”, disse Grushko, em sessão do Clube Internacional de Debate Valdai.
De acordo com o vice-chanceler, independentemente do que disserem os líderes da OTAN sobre o caráter defensivo da aliança, “o vetor de sua atividade militar está decidido, e é o enfrentamento com a Rússia”.
Grushko, além disso, destacou que a OTAN questionou o direito da China de se desenvolver como um dos polos do mundo multipolar, já que classificou o país asiático como “desafio”.
Sobre o convite para que Finlândia e Suécia se incorporem à aliança, o vice-ministro russo não poupou palavras para demonstrar insatisfação.
“Do meu ponto de vista, é um dos episódios mais tristes na evolução da segurança europeia”, garantiu. “Isso conduzirá à piora da segurança regional, complicará enormemente a situação no Norte e reduzirá as possibilidades para a cooperação pacífica”, completou.
Para Grushko, a adesão da Finlândia e da Suécia ao bloco “deteriorará” de maneira grave a situação militar no mar Báltico.
A declaração do ministro vem logo após a notícia de que pelo menos 21 pessoas morreram e mais de 30 ficaram feridas após bombardeios noturnos atingirem um prédio de nove andares e dois hotéis em Serhiivka, distrito de Bilhorod-Dnistrovskyi, região de Odesa (sul da Ucrânia), segundo informou o serviço de emergência estadual em comunicado nesta sexta-feira.
A Ucrânia foi invadida pela Rússia em 24 de fevereiro. O Kremlin nega visar alvos civis.