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A Rússia descreveu nesta sexta-feira (11) como "histeria" as notícias sobre um ataque iminente à Ucrânia, que, segundo a Casa Branca, pode ocorrer na próxima semana. "A histeria da Casa Branca é mais reveladora do que nunca. Os anglo-saxões querem a guerra a todo custo", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, em suas redes sociais.
Segundo Zakharova, provocações, desinformação e ameaças são "o método preferido dos anglo-saxões para resolver problemas próprios". "A máquina político-militar americana está pronta para usar vidas humanas novamente. O mundo inteiro está vendo como o militarismo e as ambições imperiais se revelam", acrescentou a porta-voz.
Os Estados Unidos alertaram nesta sexta-feira que existe "uma possibilidade clara" de que a Rússia ataque a Ucrânia na próxima semana, motivo pelo qual pediu aos seus cidadãos e diplomatas que deixem o país nas próximas 48 horas e ordenou o envio de mais 3.000 soldados à Polônia.
O governo Putin, por sua parte, solicitou a diplomatas russos e funcionários dos consulados russos que começassem a deixar a Ucrânia no sábado (12), segundo a agência de notícias Sputnik. De acordo com o governo russo, o país está seguindo o exemplo das nações ocidentais que anunciaram a evacuação da Ucrânia. A chanceler da Rússia, Maria Zakharova, disse no sábado (12) que Moscou decidiu "otimizar" o número de funcionários diplomáticos na Ucrânia por "possíveis provocações do regime de Kiev".
Também neste sábado, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia fez um tuíte comentando uma notícia do site americano Politico com o seguinte título: “Biden diz aos aliados dos EUA que a Rússia pode atacar a Ucrânia em 16 de fevereiro”. “Parece mais que o presidente dos EUA está alertando os aliados sobre a data de uma possível provocação arquitetada pelos EUA com o uso de força militar na Ucrânia”, comentou o órgão do governo russo.
Tanto o secretário de Estado, Antony Blinken, quanto o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, alertaram para o "alto risco" de a Rússia atacar a Ucrânia durante as Olimpíadas de Inverno, que acontecem até o dia 20 de fevereiro em Pequim.
"Nossa sensação de que uma ação militar pode acontecer em qualquer dia antes do fim das Olimpíadas está ficando mais forte. É uma possibilidade muito, muito clara", disse Sullivan, horas depois de Blinken emitir um alerta semelhante.
Por sua vez, o presidente dos EUA, Joe Biden, revisou a situação na Ucrânia nesta sexta-feira com uma dúzia de aliados da Otan e, neste sábado, falará com seu homólogo russo, Vladimir Putin, pela primeira vez desde o último dia 30 de dezembro.
O Kremlin confirmou a preparação de uma conversa telefônica entre os dois líderes, que foi solicitada pelo lado americano. Neste sábado, Putin também abordará a situação na Ucrânia com o presidente da França, Emmanuel Macron, segundo o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov.
Putin e Macron já realizaram uma reunião presencial esta semana em Moscou, que durou mais de cinco horas e se concentrou em encontrar maneiras de diminuir a tensão em torno da Ucrânia.
A Rússia insiste que não quer uma guerra com a Ucrânia e exigiu uma série de garantias de segurança do Ocidente para impedir que a Otan se expanda para o leste e coloque armas ofensivas perto de suas fronteiras.