Rússia e Síria pediram aos Estados Unidos nesta segunda-feira (9) para se concentrar na convocação de uma conferência de paz para acabar com o conflito de mais de dois anos na Síria, em vez de realizar uma ação militar contra Damasco.

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Após encontro entre os ministros das Relações Exteriores em Moscou, o chanceler sírio, Walid al-Moualem, sugeriu que o ataque químico imputado por Washington ao presidente Bashar al-Assad seria um pretexto para incentivar a intervenção militar, e perguntou se o presidente dos EUA, Barack Obama, estava apoiando terroristas.

"Estamos em Moscou num momento em que os tambores da guerra estão rufando, os tambores de guerra do governo dos Estados Unidos", disse o chanceler sírio, antes de conversações com o chanceler russo, Sergei Lavrov.

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Enquanto Obama busca apoio do Congresso dos EUA para uma ação militar contra a Síria pelo ataque com armas químicas de 21 de agosto, Moualem disse que "os canais diplomáticos para resolver esta questão não foram esgotados".

Lavrov, cujo país acredita que o ataque foi realizado por rebeldes, advertiu que os ataques dos EUA contra a Síria poderiam levar à propagação do terrorismo.

Moualem questionou os motivos dos Estados Unidos na Síria e acusou Obama de apoiar extremistas islâmicos, aparentemente fazendo referência aos ataques contra os Estados Unidos em 11 de setembro de 2001.

"Nós estamos nos perguntando como Obama pode... apoiar aqueles que explodiram o World Trade Center, em Nova York", disse Moualem na entrevista coletiva conjunta com Lavrov, após reunião entre ambos.

No início das negociações, Moualem transmitiu a gratidão do presidente Bashar al-Assad ao apoio do presidente russo, Vladimir Putin, que insistiu na oposição da Rússia a ataques militares contra a Síria durante a cúpula do G20, que contou com a presença de Obama na Rússia na semana passada.

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Assad "ordenou-me a dar ao presidente Putin sua consideração e expressar gratidão pela posição tomada antes e depois do G20", disse Moualem.

A Rússia tem sido um dos mais poderosos apoiadores de Assad durante uma guerra civil que já matou mais de 100 mil pessoas desde 2011, tendo fornecido armas e, junto com a China, bloqueado três resoluções do Conselho de Segurança da ONU em condenação a Assad.