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O chefe do Kremlin, Vladimir Putin, se encontra na cidade russa de Sóchi com seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, nesta segunda-feira(4) para dialogarem sobre o retorno das exportações de alimentos no Mar Negro, interrompidas em julho por decisão de Moscou, após um ataque ucraniano ter destruído parcialmente a ponte de Kerch, que liga a Rússia à Crimeia, região anexada pelos russos em 2014.
De acordo com a Turquia, responsável por controlar as atividades no Mar Negro, o fim do acordo "é uma situação que afeta o mundo todo", conforme afirmou o conselheiro presidencial Akif Cagatay Kilic em uma entrevista ao canal A Haber.
Os dois governos buscam durante o encontro identificar um novo caminho para a retomada do acordo. Essa é a primeira reunião entre Putin e Erdogan após a saída de Moscou, no mês de julho, do pacto que permitia a exportação de cereais ucranianos e de cereais e fertilizantes russos através do Mar Negro.
A reunião anterior entre os presidentes da Rússia e da Turquia aconteceu em 13 de outubro do ano passado, em Astana. Posteriormente, ambos conversaram por telefone no dia 2 de agosto deste ano.
Dias antes do encontro em Sochi, O Ministério de Relações Exteriores dos dois países conversaram sobre negociações mútuas.
A Turquia considera que não há alternativa à Iniciativa do Mar Negro, que funcionou durante um ano.
Entretanto, a Rússia quer propor à Turquia o fornecimento de 1 milhão de toneladas de cereais russos a preço reduzido para que os grãos possam ser processados em empresas turcas e, posteriormente, enviados para os países mais necessitados.
Esta proposta russa, que contaria com o apoio financeiro do Qatar, é uma iniciativa do presidente russo e Moscou considera-a “uma ótima alternativa ao acordo do Mar Negro”.
O acordo de grãos entre a Rússia e a Ucrânia durou um ano e contou com a mediação da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Turquia, em 2022.
Novo ataque a porto ucraniano
Às vésperas do encontro com a Turquia, o Exército russo realizou um novo ataque a instalações portuárias na Ucrânia, no rio Danúbio, nesse domingo (3).
De acordo com informações da CNN, ao menos duas pessoas ficaram feridas na ocorrência, que provocou um incêndio no local. A Força Aérea ucraniana afirmou que 25 drones foram usados para os ataques noturnos na região de Odessa.
O Ministério da Defesa russa disse em pronunciamento que o alvo do ataque foram as instalações de armazenamento de combustível do Exército da Ucrânia que, segundo eles, "foram neutralizadas".
Em resposta, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que a Rússia tenta criar uma "crise alimentar" em seu país ao atacar os centros de armazenamento de grãos. (Com informações da Agência EFE)