As negociações entre Rússia e Ucrânia para buscar o fim das hostilidades na ofensiva russa ao país continuarão nesta segunda-feira (14), informou neste domingo (13) o Kremlin. O porta-voz Dmitry Peskov confirmou a repórteres que as delegações dos dois países se reunião em formato de videoconferência. Será a quarta rodada desde a invasão, em 24 de fevereiro. As anteriores se deram de modo presencial.
A confirmação vem no dia em que forças russas atacaram uma das maiores bases militares da Ucrânia, a apenas 25 km da fronteira com a Polônia e em meio a acenos para um possível acordo nos próximos dias, vindos de representantes dos dois lados da guerra.
O bombardeio à base de Yavoriv, no oeste da Ucrânia, deixou ao menos 35 mortos e 134 feridos, ampliando a preocupação de que o conflito se espalhe por outros países, já que a Polônia é membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). A instalação, inclusive, servia de base para treinamentos militares conjuntos com países membros da Otan antes da guerra.
Linha do tempo: o que aconteceu na guerra da Ucrânia até agora?
Depois do ataque, um representante russo e um ucraniano que estão na mesa de negociações deram declarações quase simultâneas com acenos mais otimistas de que pode haver um acordo nos próximos dias.
Do lado ucraniano, Mikhailo Podoliako, conselheiro do presidente Volodymyr Zelensky, afirmou que o diálogo está avançando, mas que seu país não pretende recuar. "Não vamos ceder a princípio em nenhuma posição. A Rússia agora entende isso. A Rússia já está começando a falar de forma construtiva. Acho que vamos alcançar alguns resultados literalmente em questão de dias", declarou Podoliako em vídeo postado nas redes sociais. "Nossas demandas são o fim da guerra e a retirada das tropas. Vejo um entendimento e há um diálogo", prosseguiu o representante ucraniano no vídeo.
Já a agência de notícias RIA, uma das maiores da Rússia, informou que o chefe da Comissão de Assuntos Internacionais da Duma - a câmara baixa do parlamento russo -, Leonid Slutsky, declarou que o diálogo teve "progresso substancial". "De acordo com minhas expectativas pessoais, esse progresso pode crescer nos próximos dias para uma posição conjunta de ambas as delegações, em documentos para assinatura", disse Slutsky à RIA.
Apesar das declarações, nem Rússia, nem Ucrânia indicaram qual seria o escopo de um eventual acordo.
No sábado (12), Zelensky já havia afirmado que havia mudanças significativas nas negociações com a Rússia. "Agora o lado russo nas negociações começou a falar sobre alguma coisa e não apenas dar ultimatos. Acho que essa é uma abordagem fundamentalmente diferente. E deveria ser assim", afirmou o presidente ucraniano. Na sexta-feira (11), o presidente russo Vladimir Putin afirmou haver "mudanças positivas" nas negociações, sem dar maiores detalhes.
Os Estados Unidos também afirmaram neste domingo que a Rússia estaria demonstrando sinais de boa vontade, mas o governo de Joe Biden mantém precaução sobre as intenções de Putin. "A pressão está começando a surtir algum efeito. Estamos vendo alguns sinais de negociações sérias e reais. Mas devo dizer: até agora parece que Vladimir Putin tem a intenção de destruir a Ucrânia", avaliou a subsecretária de Estado dos Estados Unidos, Wendy Sherman, em entrevista ao programa Fox News Sunday neste domingo.
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