O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, expressou neste domingo a preocupação da Rússia pela "escalada das ações militares" no leste da Ucrânia, o que complica a busca de um fim pacífico para o conflito.
"Moscou está preocupada pelo agravamento da situação no leste da Ucrânia e a escalada de ações militares", disse Peskov à agência "Interfax".
O porta-voz acrescentou que nos últimos dias a Rússia realizou novas tentativas de mediação entre as autoridades da Ucrânia e os líderes das autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk.
"Na noite da quinta para sexta-feira, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, enviou uma carta ao presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, propondo a ambas as partes do conflito um plano concreto para afastar a artilharia pesada", disse o porta-voz.
Segundo Peskov, o presidente ucraniano recebeu a carta na sexta-feira de manhã.
"Infelizmente, a parte ucraniana não só rejeitou o plano sugerido e não antecipou suas próprias propostas, mas começou novamente as ações militares", afirmou o porta-voz do Kremlin.
Em declarações à emissora "Govorit Moskva", Peskov disse que o reatamento de ações militares de grande porte "de nenhuma maneira ajuda para a implementação dos acordos de Minsk e a busca para um ajuste pacífico" do conflito.
Segundo os separatistas pró-Rússia, pelo menos sete civis morreram hoje atingidos por fogo da artilharia ucraniana nas cidades de Donetsk e Gorlovka, ambas controladas pelas milícias separatistas.
"Neste momento os bairros residenciais das cidades de Donetsk e Lugansk são bombardeados com mísseis de grosso calibre Grad e Uragan", disse à "Interfax" o líder da autoproclamada república popular de Donetsk, Aleksandr Zakharchenko.
O dirigente separatista disse que as ações são uma "tentativa de Kiev de voltar a provocar a guerra".
"Está claro que Kiev tenta se vingar pela dura derrota militar que aplicada pelos milicianos no ano passado", acrescentou.
Por sua parte, o comando ucraniano negou que suas tropas tenham tentado entrar em Donetsk e denunciou que ontem à noite os separatistas lançaram 28 ataques contra as posições das forças governamentais.
Os militares ucranianos asseguraram que "controlam a situação" no aeroporto de Donetsk, cenário há vários dias de intensos combates.
A deterioração da situação no leste da Ucrânia paralisou as negociações para um ajuste político do conflito.
Quase cinco pessoas, entre civis e combatentes, morreram nas regiões orientais ucranianas de Donetsk e Lugansk desde abril do ano passado, quando Kiev lançou uma operação militar contra a sublevação separatista que explodiu após a derrocada do presidente Viktor Yanukovich, em fevereiro de 2014.
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