Mais de 16,5 mil casos de corrupção com envolvimento de cargos públicos, cujo prejuízo aos cofres do Estado são estimados em mais de R$ 538 milhões, foram enviados aos tribunais da Rússia nos primeiros nove meses deste ano, informaram neste domingo as autoridades russas.

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"Os prejuízos são calculados em quase 8 bilhões de rublos (R$ 538 milhões)", diz um comunicado do Comitê de Instrução (CI) russo, citado pela agência "Interfax".

As autoridades do país destacam um aumento de quase 50% no número de processos por corrupção enviados aos tribunais, já que passaram de 11.137 casos no mesmo período de 2011 para mais de 16,5 mil.

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Entre os acusados de corrupção estão 13 deputados regionais, 210 deputados locais, 261 prefeitos, 19 promotores e dezenas de funcionários de diversos órgãos policiais e judiciais, segundo o CI.

A Rússia ocupa o 133º lugar na lista que mede a percepção de corrupção em 174 países, sendo o país mais corrupto no G20, segundo o relatório anual publicado nesta semana pela ONG Transparência Internacional (TI).

A classificação "não está relacionada" com os últimos escândalos de corrupção revelados em uma empresa pública do Ministério da Defesa, protagonizados pelo próprio ministro, cassado pelo presidente Vladimir Putin, segundo a diretor da TI na Rússia, Elena Panfílova.

As autoridades investigam vários funcionários do departamento de bens da Defesa e da empresa estatal Oboronservice, acusados de roubar e malversar mais de US$ 30 milhões graças a operações ilegais com 14 ativos imobiliários.

A enxurrada de investigações anticorrupção que acontecem nas últimas semanas na Rússia e que envolvem as esferas políticas mais altas do país não conseguiu mudar a imagem que a maioria da população tem do problema.

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Um terço dos russos define como "endêmica" a corrupção no país e considera impossível erradicar essa conduta na Rússia, segundo uma pesquisa publicada também nesta semana pelo Centro Levada.

A maioria dos russos, 60%, vê as últimas prisões e os escândalos de corrupção como uma encenação para desviar a atenção dos problemas reais da economia.