Um dia após Estados Unidos e Rússia iniciarem uma série de conversas sobre a crise da concentração de tropas russas na fronteira com a Ucrânia, 3 mil soldados russos iniciaram nesta terça-feira (11) exercícios de tiro real e com tanques no oeste do país, parte deles perto da fronteira ucraniana.
Segundo informações da agência Interfax reproduzidas pela Reuters, os exercícios ocorreram nas regiões de Smolensk, perto da fronteira com Belarus, e nas regiões de Voronej, Belgorod e Briansk, próximas da Ucrânia.
Washington e Moscou buscam uma solução para o impasse da concentração de tropas russas na fronteira com a Ucrânia, iniciada no ano passado. A Ucrânia estima que cerca de 100 mil soldados russos já estão concentrados na fronteira e teme uma invasão nos moldes da anexação da Crimeia e dos movimentos separatistas na região de Donbass apoiados por Moscou, ambos em 2014.
O governo de Vladimir Putin alega que visa apenas a autodefesa e reivindica, nas conversas que estão sendo realizadas esta semana na Europa, medidas como o veto a uma eventual entrada da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e que não sejam realizadas atividades militares da aliança militar do Ocidente em países que fizeram parte da União Soviética. Os Estados Unidos consideram essas demandas inaceitáveis.
Na segunda-feira, diplomatas americanos e russos se reuniram em Genebra, na Suíça. Outros dois encontros serão realizadas nesta semana: na quarta-feira (12), haverá um debate no âmbito do conselho Rússia-Otan em Bruxelas, e na quinta-feira (13), uma conferência da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa em Viena, único dos três encontros em que a Ucrânia será representada diretamente.
Wendy Sherman, vice-secretária de Estado e líder da delegação americana em Genebra, cobrou após o encontro de segunda-feira a desmobilização das tropas russas na fronteira ucraniana para que os diálogos avancem. “Eles podem provar que, de fato, não têm intenção [de invadir a Ucrânia] desmobilizando e fazendo as tropas retornar aos quartéis”, declarou.
Tropas da OTSC devem iniciar retirada do Cazaquistão em dois dias, diz presidente
Em outra crise numa ex-república soviética, o presidente do Cazaquistão, Kasim-Yomart Tokayev, anunciou nesta terça-feira o início da retirada das tropas da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC) em dois dias.
Tokayev havia pedido ajuda à OTSC - aliança militar liderada pela Rússia e que também inclui Armênia, Belarus, Quirguistão e Tadjiquistão, além do Cazaquistão - no último dia 5 para suprimir protestos que ele definiu como uma “ameaça terrorista” ao país.
O líder cazaque também divulgou uma série de medidas para acabar com o descontentamento público após violentos protestos contra o governo, que começaram após um aumento nos preços do gás.
Ele ordenou ao governo, cujo novo primeiro-ministro, Alikhan Smailov, foi aprovado nesta terça-feira pelo Parlamento, que crie um programa para “aumentar a renda da população dentro de dois meses”.
Tokayev também pediu a criação de um fundo social público para resolver “problemas reais nas áreas de saúde, educação e assistência social” e reestruturação das atividades do Banco de Desenvolvimento do Cazaquistão, além de ter declarado uma moratória sobre aumentos salariais para membros do governo, governadores regionais e deputados e anunciado uma reforma do serviço público.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura