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O Kremlin expressou nesta sexta-feira (29) solidariedade à China a respeito de Taiwan, após esse assunto ter sido abordado em uma conversa virtual entre o ditador chinês, Xi Jinping, e o dos Estados Unidos, Joe Biden.
"Nós certamente simpatizamos (com Pequim). Respeitamos a soberania e integridade territorial da China e acreditamos que nenhum país do mundo deveria ter o direito de questionar isso ou tomar medidas provocativas", declarou o porta-voz presidencial russo, Dmitry Peskov.
O representante do Kremlin acrescentou que "tal comportamento no âmbito internacional só pode causar tensão adicional".
O ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, também disse esperar que não ocorram "provocações" capazes de agravar a situação em torno de Taiwan.
Em visita a Tashkent, capital do Uzbequistão, Lavrov assegurou que a Rússia "não tem qualquer objeção" sobre a China defender a própria soberania.
Xi e Biden conversaram por telefone na quinta-feira (28). O líder chinês pediu que os EUA "respeitem o princípio de 'uma só China'", de acordo com uma declaração oficial do Ministério das Relações Exteriores chinês.
Durante a reunião virtual, a primeira desde a realizada em março, o líder chinês reiterou a oposição da China à "independência de Taiwan" e à "interferência externa".
As tensões entre Washington e Pequim aumentaram nos últimos dias, durante a possível viagem da presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, a Taiwan.
Nesta semana, um porta-voz militar chinês avisou os EUA que as forças do país "não ficariam de braços cruzados" se a visita ocorresse e a diplomacia chinesa reiterou recentemente que a China "responderia com firmeza".
Biden, por sua vez, disse ao ditador chinês que a política dos EUA em relação a Taiwan "não mudou" e que o seu governo continua a se opor "vigorosamente" a qualquer esforço unilateral para alterar o "status quo".
"Sobre Taiwan, o presidente Biden enfatizou que a política dos EUA não mudou e que os Estados Unidos se opõem fortemente aos esforços unilaterais para alterar o status quo ou minar a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan", comunicou a Casa Branca.
Taiwan, com o qual os EUA não têm relações oficiais, é uma das principais fontes de conflito entre a China e os Estados Unidos, especialmente porque Washington é o maior fornecedor de armas da ilha e seria o seu maior aliado militar no caso de um conflito militar com o gigante asiático.