O comandante militar do setor espacial da Rússia prometeu reagir com uma corrida armamentista caso algum país do mundo passe a colocar armas em órbita.
"Precisamos de regras rígidas a respeito do espaço, a fim de evitarmos a militarização dele. E, se qualquer país colocar armas no espaço, então nossa resposta será agir da mesma forma", afirmou o coronel-general Vladimir Popovkin, comandante da Forças Espaciais. As declarações dele saíram publicadas nesta quarta-feira no jornal Trud.
As palavras de Popovkin representam o capítulo mais recente de uma série de declarações cada vez mais contundentes da parte dos militares russos, preocupados com o que consideram ser um desequilíbrio armamentista crescente em relação ao Ocidente.
Assistindo à expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para até suas fronteiras, o presidente russo, Vladimir Putin, avisou que a Rússia pretende retirar-se de um tratado responsável por limitar o número de forças convencionais estacionadas na Europa.
O clima de tensão entre os russos e os norte-americanos intensificou-se devido aos planos dos EUA de reavivarem, com uma nova geração de escudos antimíssil, o programa "Guerra nas Estrelas", dos anos 1980.
Segundo Popovkin, nenhum país tem o direito de declarar-se dono do espaço, de forma que nenhuma força de ataque deveria ser estacionada ali.
O militar evitou citar o nome de qualquer país, mas seus comentários apareceram depois de vários atritos a respeito do uso do espaço entre a Rússia, os EUA e a China. No começo deste ano, o governo chinês testou um míssil anti-satélite. E os norte-americanos desenvolvem armas capazes de atingir satélites.
A Rússia mantém em órbita mais de 60 satélites militares e de uso duplo para fins de comunicação e espionagem, disse Popovkin.
As Forças Espaciais russas são responsáveis pelo lançamento dos equipamentos espaciais de uso militar e uso duplo, bem como por ajudar a defender o país de ataques com mísseis intercontinentais.