O ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, garantiu nesta quinta-feira (10) que as tropas do país voltarão às bases após os exercícios militares conjuntos em Belarus, algo que, segundo ele, não ocorre com a alocação de efetivo e de armamentos do Ocidente na Europa Oriental.
“Depois das manobras, as tropas voltam para seus quartéis, o que é habitual. No que se refere à duração, é um direito soberano de cada governo”, disse o chanceler, em entrevista coletiva realizada logo após reunião com a ministra de Relações Exteriores do Reino Unido, Liz Truss.
Lavrov classificou como “drama”, que cada dia parece mais uma “comédia”, a reação ocidental às manobras da Rússia que começaram nesta quinta-feira, em diversos polígonos militares bielorrussos, alguns próximos da fronteira com a Ucrânia.
“Dentro de algum tempo, os países ocidentais saberão que os exercícios terminaram e que as tropas retornaram ao território russo. Então, haverá um grande ruído para demonstrar que o Ocidente conseguiu uma desescalada da Rússia, o que, na verdade, é vender fumaça”, garantiu o chanceler.
Segundo Lavrov, acontecerá algo diferente do que ocorre quando Estados Unidos, Reino Unido e Canadá empregam efetivos nos países bálticos e outros banhados pelo mar Negro. “Essas tropas e armamentos, de uma maneira geral, nunca voltam para casa”, afirmou.
Desde o primeiro momento, tanto a Rússia quanto as autoridades de Belarus alegaram que os milhares de soldados russos deslocados para o país vizinho para as manobras retornarão no fim das atividades, previsto para 20 de fevereiro.
Moscou e Minsk defenderam a “transparência” das manobras conjuntas, que garantem não ultrapassar os limites contemplados pelos acordos internacionais, ao mesmo tempo em que acusam a Otan de mais que dobrar os exercícios no ano passado e de ampliar a presença militar nos arredores das fronteiras russa e bielorrussa.
No primeiro dia de exercício, os aviões Su-25SM, que têm base habitual no Extremo Oriente, participaram na eliminação de alvos hipotéticos blindados de um inimigo em terra.
As aeronaves estão atuando na região bielorrussa de Brest, fronteiriça com Rússia e Ucrânia, enquanto caças de quarta geração Su-35 participam de atividades em outros polígonos militares de Belarus.
Durante as manobras, a maior movimentação de tropas na antiga república soviética desde a Guerra Fria, segundo o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, são ensaiadas operações de defesa contra uma agressão exterior e também ações de combate ao terrorismo.
A Casa Branca denunciou que a Rússia enviou 5 mil militares para a fronteira entre Ucrânia e Belarus e que o número pode subir até chegar a 30 mil.
A movimentação incluiria o envio dos mísseis táticos Iskander, que, segundo os militares russos, são capazes de superar o escudo antimísseis americano, embora o Ministério da Defesa do governo presidido por Vladimir Putin não tenha confirmado a informação.
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