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Rússia inicia ataque aéreo contra Estado Islâmico na Síria

Presidente da Rússia, Vladimir Putin, reunido com membros do governo: conversa teve como tema central ataques ao EI | RIA NOVOSTI/REUTERS
Presidente da Rússia, Vladimir Putin, reunido com membros do governo: conversa teve como tema central ataques ao EI (Foto: RIA NOVOSTI/REUTERS)

A Rússia realizou seu primeiro ataque aéreo na Síria nesta quarta-feira (30) em favor do regime do ditador Bashar al-Assad, disse o Ministério da Defesa a agências de notícias russas.

Segundo o porta-voz do ministério, Igor Konashenkov, jatos russos atingiram posições e veículos que a Inteligência do país acredita serem da facção radical Estado Islâmico (EI).

A ação militar ocorre logo após o Parlamento russo ter autorizado, a pedido do presidente russo, Vladimir Putin, o uso da Força Aérea na Síria para dar suporte a Assad.

Mais cedo, uma autoridade americana havia dito sob condição de anonimato à emissora CNN que o bombardeio teria ocorrido próximo à cidade de Homs. Os russos teriam informado a Embaixada dos Estados Unidos em Moscou sobre a operação com antecedência para que aviões americanos que realizam bombardeios contra posições do EI não sobrevoassem a Síria.

Segundo a autoridade, os ataques aéreos americanos prosseguem normalmente.

Ativistas sírios afirmaram que os ataques russos ocorreram nas províncias de Homs e Hama e que deixaram dezenas de mortos e feridos.

Embora grupos insurgentes controlem localidades próximas a Homs, não há atividade significativa do EI na região.

Pouco após a confirmação da ação militar russa na Síria, ministros das Relações Exteriores de potências mundiais iniciaram uma reunião do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York, convocada pela Rússia para discutir uma estratégia conjunta de combate ao EI e outros grupos radicais.

O chanceler russo, Sergei Lavrov, disse na reunião que seu país está “pronto para estabelecer canais de comunicação para garantir a eficiência máxima do combate a grupos terroristas” junto aos EUA e outros países.

Na segunda-feira (30), o presidente americano, Barack Obama, havia dito perante a Assembleia-Geral da ONU que estava disposto a cooperar com países como Rússia e Irã para pôr fim à guerra civil na Síria.

Não há mais detalhes sobre os ataques aéreos da Rússia nesta quarta-feira, como o local de partida dos jatos russos.

Foi descoberto recentemente que a Rússia estaria construindo uma base aérea operacional em território sírio, o que elevou as tensões entre Moscou e o Ocidente. Imagens e satélite recente mostram 28 aeronaves de combate na base aérea.

A Rússia reiterou diversas vezes seu apoio ao regime sírio, avaliando ser essa a melhor forma de barrar o avanço do EI. O Ocidente, que também coordena bombardeios contra o EI, oferece apoio a grupos rebeldes e pede a renúncia de Assad.

A operação militar russa na Síria reconfigura a correlação de forças nesse país árabe, que vive desde 2011 uma guerra civil que já deixou mais de 220 mil mortos e forçou o deslocamento de 11 milhões de pessoas.

Aprovação

O Parlamento russo concedeu autorização ao presidente Vladimir Putin, por unanimidade, para deslocar as forças militares do país na Síria, dois dias depois de ele apelar por uma coalizão internacional contra o Estado Islâmico. Segundo o chefe de gabinete de Putin, Sergei Ivanov, a medida é em resposta a um pedido do presidente sírio, Bashar al-Assad, que pediu ajuda a Moscou para combater grupos terroristas.

“O presidente da Síria pediu assistência militar à liderança do nosso país”, disse Sergei Ivanov, chefe de administração do Kremlin, depois da votação rápida em uma sessão fechada no Conselho da Federação, a Câmara alta do Parlamento russo. “O principal objetivo é lutar contra o terrorismo e apoiar as autoridades legítimas na Síria”.

Entretanto, Ivanov esclareceu que a votação não supõe que as forças terrestres russas irão se engajar no conflito, e que o uso militar se refere apenas à força aérea do país.

“Se houver uma coalizão unida, o que eu duvido, ou no fim duas coalizões – uma americana e uma russa -- elas vão coordenar suas ações. Para as forças russas operarem lá legitimamente era necessária uma lei”, disse Ivan Konovalov, um especialista militar, à Reuters.

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