O Exército russo começou a retirar suas forças da zona de conflito com a Geórgia, anunciou nesta segunda-feira o comando do Estado-Maior das Forças Armadas da Rússia. A retirada faz parte de um acordo de paz mediado pela União Européia (UE) e alcançado na semana passada.
"Hoje, em linha com o plano, a retirada das forças de paz russas começou", declarou em Moscou o general Anatoly Nogovitsyn, subcomandante do Estado-Maior da Rússia, à televisão estatal.
O anúncio veio à tona em meio a manifestações públicas de dúvidas por parte de líderes ocidentais quanto ao cumprimento da promessa feita no domingo pelo presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, de começar a retirar as tropas nesta segunda-feira.
Nogovitsyn informou que as forças russas estão saindo de Gori, uma cidade estratégica da Geórgia. Gori situa-se a apenas 90 quilômetros de Tbilisi, a capital georgiana, e é ponto de passagem da única importante rodovia do país a ligar o leste ao litoral do Mar Negro.
Um porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Geórgia, Shota Utiashvili, afirmou que tanques russos "destruíram" nesta segunda-feira carros da polícia georgiana. Segundo o funcionário, o ataque ocorreu após policiais perguntarem aos russos o que eles estavam fazendo tão distantes da zona de conflito. O incidente ocorreu em um posto de controle a 30 quilômetros da capital da Geórgia, Tbilisi. Em entrevista à France Presse, Utiashvili relatou que o incidente ocorreu às 17h30. Não havia informação sobre feridos.
Negociação
O acordo de paz mediado pela UE e assinado tanto por Medvedev quanto pelo presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, prevê que os dois lados recuem suas forças às posições anteriores ao início do conflito.
Forças russas invadiram a Geórgia em 8 de agosto, um dia depois de forças georgianas terem iniciado uma ofensiva militar para recuperar a Ossétia do Sul, uma província separatista pró-Moscou A maior parte dos ossetianos tem nacionalidade russa.
Nogovitsyn informou que as tropas russas estão regressando à Ossétia do Sul, para trás da zona de segurança definida por um acordo de 1999.
O governo da Geórgia não exerce autoridade sobre a Ossétia do Sul desde o início da década passada, quando a província lutou contra Tbilisi e declarou independência, mas sem conseguir respaldo internacional. As informações são da Dow Jones.