Rifle do exército ucraniano com a bandeira do país em barricada montada na região de Donetsk, principal centro do conflito na Ucrânia atualmente| Foto: EFE/EPA/OLEG PETRASYUK
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As forças russas avançaram nesta terça-feira (28) em sua campanha de uma semana para cercar e capturar a cidade de Bakhmut, no leste da Ucrânia. O comandante das forças terrestres da Ucrânia descreveu a situação como "extremamente tensa", segundo a Reuters.

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As tropas russas, incluindo combatentes mercenários do Grupo Wagner, estão tentando cortar as linhas de abastecimento dos defensores ucranianos para Bakhmut. A cidade tem sido palco de algumas das batalhas mais sangrentas da guerra.

A conquista de Bakhmut daria à Rússia seu primeiro grande prêmio em mais de meio ano e abriria caminho para a captura dos últimos centros urbanos remanescentes na região de Donetsk, um dos quatro que Moscou afirma ter anexado no que chama de "operação militar especial" na Ucrânia.

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"Apesar das perdas significativas, o inimigo lançou as unidades de assalto mais preparadas de Wagner, que estão tentando romper as defesas de nossas tropas e cercar a cidade", disse o coronel-general da Ucrânia, Oleksandr Syrskyi, em comunicado.

Um soldado não identificado da 93ª Brigada Mecanizada Separada da Ucrânia, falando no aplicativo de mensagens Telegram enquanto as explosões explodiam ao fundo, fez uma nota desafiadora: "28 de fevereiro, a cidade de Bakhmut. A cidade está em chamas, o inimigo está pressionando. Tudo será da Ucrânia…"

A agência de notícias estatal russa RIA divulgou um videoclipe que disse mostrar caças russos Su-25 sobrevoando Bakhmut. "Estamos felizes por eles serem nossos", disse um homem no clipe identificado como um lutador de Wagner, acrescentando que os jatos os ajudaram "psicologicamente".

Os militares da Ucrânia disseram que a Rússia estava bombardeando assentamentos em torno de Bakhmut, que tinha uma população pré-guerra de cerca de 70.000, mas agora está em ruínas após meses de intensa guerra de trincheiras.

"No último dia, nossos soldados repeliram mais de 60 ataques inimigos", disseram os militares no início da terça-feira, inclusive nas aldeias de Yadhidne e Berkhivka, ao norte de Bakhmut.

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Um repórter da Reuters que visitou a área na segunda-feira disse não ter visto nenhum sinal de retirada das forças ucranianas e que reforços estavam chegando apesar dos constantes bombardeios russos.

"Ambos os lados permanecem em suas posições, porque, como você vê, primavera significa lama. Portanto, é impossível avançar", disse Mykola, 59, comandante de uma bateria ucraniana de lançadores de foguetes da linha de frente, observando uma tela de tablet para obter as coordenadas para disparar.

O degelo da primavera tem um histórico de arruinar os planos dos exércitos de atacar a Ucrânia e o oeste da Rússia, transformando estradas em rios e campos em pântanos.

A Reuters viu vários veículos militares presos na lama. Em uma trincheira em zigue-zague, Volodymyr, um comandante de pelotão de 25 anos, disse que seus homens estavam preparados para operar em qualquer clima.

A Rússia, com suas forças reabastecidas com centenas de milhares de recrutas, intensificou seus ataques ao longo da frente oriental, mas seus ataques tiveram um alto custo, disseram autoridades ucranianas.

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O Ministério da Defesa da Rússia disse que suas forças destruíram um depósito de munição ucraniano perto de Bakhmut e derrubaram foguetes fabricados nos Estados Unidos e drones ucranianos.

Posteriormente, acusou a Ucrânia de lançar tentativas de ataques com drones contra duas regiões do sul da Rússia durante a noite, mas disse que não causou danos.

O ministério russo, sem fornecer provas, também disse que os Estados Unidos planejavam uma provocação na Ucrânia usando produtos químicos tóxicos. Não houve resposta imediata dos EUA.