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O paradeiro da jornalista Marina Ovsyannikova, que na segunda-feira (14) invadiu o set de uma emissora de TV russa com um cartaz contra a invasão da Ucrânia, permanece desconhecido, informou nesta terça-feira (15) o portal OvdInfolive, uma ONG que defende os detidos pelos protestos na Rússia.
Segundo o portal, a jornalista pode ser acusada do crime de "falsidade" em relação às ações do exército russo, contemplado no código penal da Federação Russa e afirma que, em virtude da reforma aprovada pelo Parlamento no último dia 4, ela pode ser condenada a até 15 anos de prisão.
"Quanto a esta mulher, trata-se de um ato de vandalismo. O canal e as respectivas agências estão investigando isso", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
Marina Ovsyannikova, jornalista da emissora estatal de TV Channel One Russia, invadiu a transmissão ao vivo do noticiário noturno Vremya nesta segunda-feira gritando palavras de ordem e segurando um cartaz contra a guerra na Ucrânia, sendo presa em seguida.
"Nada de guerra. Acabe com a guerra. Não acredite na propaganda. Eles estão mentindo para você. Russos contra a guerra", dizia o cartaz da jornalista. Ela gritou "pare a guerra" e "sem guerra" várias vezes no meio da transmissão.
A jornalista afirmou em mensagem nas redes sociais, antes de realizar sua ação de protesto, que o que estava acontecendo na Ucrânia era "um verdadeiro crime" e que a Rússia era "o agressor". "E a responsabilidade por este crime recai apenas sobre a consciência de uma pessoa, e essa pessoa é Vladimir Putin", disse ela.
Mais de 15 mil pessoas foram presas na Rússia desde o início da invasão à Ucrânia, há 20 dias.