A Rússia elevou o tom em meio à crise com países ocidentais por causa da Ucrânia nesta quinta-feira, quando um diplomata se recusou a descartar o envio de militares russos para Cuba e Venezuela caso as tensões com os Estados Unidos continuem a aumentar, de acordo com a Associated Press.
Sergei Ryabkov, vice-ministro de Relações Exteriores da Rússia, disse que não podia "confirmar e nem excluir" a possibilidade de envio de equipamentos e tropas militares russas para os dois países latino-americanos caso a pressão de Washington continue.
Os Estados Unidos, a Rússia e outros países europeus participam nesta semana de uma série de conversas sobre a crise de concentração de tropas russas na fronteira com a Ucrânia. As negociações entre Rússia e EUA em Genebra e um encontro entre a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e Rússia em Bruxelas não tiveram grandes avanços.
Em entrevista a um canal de televisão russo, Ryabkov disse que "tudo depende das ações das nossas contrapartes dos EUA", frisando o alerta do presidente russo Vladimir Putin de que Moscou pode tomar medidas militares caso Washington faça provocações ou aumente a pressão.
No mês passado, o diplomata comparou a situação da Ucrânia com a Crise dos Mísseis de 1962, quando a União Soviética enviou mísseis a Cuba, escalando o confronto com os EUA e aumentando o risco de um conflito nuclear entre as duas superpotências.
A Rússia já enviou, em 2018 e em ocasiões anteriores, bombardeiros com capacidades nucleares para manobras conjuntas com a Venezuela, em demonstração de apoio ao ditador Nicolás Maduro.