A Rússia negou nesta quarta-feira (30) que seus serviços de inteligência tenham espionado centenas de delegados estrangeiros que compareceram à cúpula do G-20 realizada em São Petersburgo, em setembro, através de brindes como ursos de pelúcia, agendas, pendrives e carregadores. De acordo com jornais italianos, os presentes conteriam grampos programados para roubar dados.
Em relatório destinado aos serviços de segurança italianos, o gabinete de segurança do Conselho Europeu alertou que pelo menos 300 itens entregues na cúpula entre 5 e 6 de setembro foram descobertos contendo dispositivos de espionagem, segundo reportagem publicada pelo "Corriere della Sera". O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou desconhecer a fonte das acusações.
"Sem dúvida, isso não é nada mais do que uma tentativa de desviar o foco de questões já existentes de fato nas relações entre capitais europeias e Washington para questões não existentes e sem substância", disse ele, referindo-se ao escândalo de espionagem que afeta os Estados Unidos e aliados europeus.
De acordo com a reportagem do "Corriere", questionários de rotina com o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, e outros delegados da União Europeia revelaram que eles receberam pendrives e cabos para conectar smartphones a computadores pessoais como brindes. O texto diz que autoridades da UE alertaram os serviços de inteligência da Alemanha, que conduziram testes detalhados nos itens.
"São dispositivos adaptados para interceptação clandestina de dados dos computadores e telefones móveis", dizia o relatório inicial, de acordo com a publicação. Já o jornal "La Stampa" afirmou que os dispositivos mostraram anomalias e sinais de manipulação, mas que não ficou comprovado o quanto de informação teria sido coletado pela espionagem russa.
A reportagem parece mostrar um padrão mais tradicional de coleta de informações do que os relatos sobre a espionagem americana. O jornal britânico "The Guardian" noticiou em julho que os serviços de inteligência do Reino Unido espionaram alguns delegados que foram à cúpula do G-20 em 2009, ao oferecer conexões grampeadas de internet gratuita.
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