A Rússia está negociando o fornecimento de mísseis de cruzeiro antinavio para a milícia extremista houthi, grupo que atua no Iêmen sob apoio do Irã, de acordo com informações divulgadas pela agência Reuters nesta terça-feira (24).
Segundo a Reuters, citando fontes envolvidas nas negociações “secretas”, Moscou estaria negociando a transferência de mísseis hipersônicos P-800 Yakhont, com alcance de 300 quilômetros, para os houthis. Conforme informou a agência, este míssil tem o potencial de voar próximo à superfície do mar a uma velocidade duas vezes superior a do som, o que o torna uma ameaça significativa à segurança marítima no Mar Vermelho, onde navios comerciais estão sendo alvos de ataques dos houthis.
As negociações, que estariam sendo mediadas pelo Irã, estão em “estágio avançado”, segundo a Reuters. No entanto, Moscou ainda está avaliando o envio. A transferência de mísseis russos para os houthis poderia ser uma resposta “estratégica” do regime de Vladimir Putin aos envios de armas pelo ocidente para a Ucrânia, que está enfrentando a invasão russa desde 2022. O regime de Moscou já havia dito anteriormente que poderia armar outras nações para enfrentar as forças ocidentais.
"Essas negociações demonstram uma possível escalada da influência russa no Oriente Médio", disse um oficial dos Estados Unidos à Reuters, indicando que o impacto potencial desse armamento alteraria o equilíbrio de poder na região do Mar Vermelho. "A Arábia Saudita está alarmada, nós estamos alarmados, e outros parceiros regionais também compartilham essa preocupação", acrescentou o oficial, ressaltando o perigo que os mísseis representariam para o tráfego marítimo na região.
Desde novembro de 2023, os houthis já conduziram mais de 40 ataques contra navios comerciais no Mar Vermelho e no Golfo de Áden, utilizando uma combinação de mísseis balísticos e drones. Entre as táticas usadas pela milícia extremista, está o lançamento de projéteis contra embarcações e a tomada forçada de navios.