Prédio do Museu Sakharov, em Moscou| Foto: Wikimedia Commons
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Um tribunal da cidade de Moscou, capital da Rússia, emitiu nesta sexta-feira (18) uma ordem de fechamento do Centro Sakharov, uma importante organização de direitos humanos dedicada a preservar o legado do Prêmio Nobel da Paz Andrei Sakharov.

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Na decisão, o tribunal alegou que o Centro Sakharov sediou “ilegalmente” conferências e exposições. A organização, que existe há quase 30 anos, desempenhou um papel vital na promoção dos direitos humanos, liberdade de expressão e consciência na Rússia.

O Centro Sakharov foi fundado em 1996 e desde então vem realizando centenas de debates, exposições e outros eventos voltados para a conscientização e discussão sobre temas importantes relacionados aos direitos humanos no país. O local também contava com um museu que mostrava os crimes cometidos pelo regime comunista nos tempos da antiga União Soviética.

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Um evento marcante ocorreu no local em 2015, quando milhares de pessoas se reuniram nas instalações do Centro Sakharov para prestar suas últimas homenagens ao político da oposição Boris Nemtsov, cujo assassinato próximo aos muros do Kremlin chocou o país em 2015.

Em meio à onda de repressão contra dissidentes e críticos da invasão russa à Ucrânia, no início deste ano a Fundação Andrei Sakharov nos Estados Unidos também foi incluída em uma lista de organizações não governamentais estrangeiras e internacionais consideradas "indesejáveis" pelas autoridades russas.

Além disso, em janeiro, outro tribunal russo também ordenou o fechamento da mais antiga organização de direitos humanos do país, o Moscow Helsinki Group.

Andrei Sakharov, um cientista que desempenhou um papel crucial no desenvolvimento do programa da bomba de hidrogênio da União Soviética, transformou-se em uma figura proeminente na defesa dos direitos humanos e liberdades individuais. Ele foi agraciado com o Prêmio Nobel da Paz em 1975, embora não tenha sido autorizado a viajar para a Noruega para recebê-lo. Sakharov também enfrentou o exílio interno por seis anos, devido às suas posições dissidentes.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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