O Ministério da Defesa da Rússia ordenou neste sábado (26) que o exército lance uma ofensiva em todas as direções na Ucrânia, depois de acusar Kiev de se recusar a sentar-se à mesa de negociações com o Kremlin.
“Depois que o lado ucraniano rejeitou o processo de negociações, todas as unidades receberam hoje a ordem de iniciar a ofensiva em todas as direções, de acordo com o plano da operação”, disse o porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov, em entrevista coletiva.
O militar lembrou que no dia anterior, “após as declarações do regime de Kiev sobre a sua vontade de dialogar, as ações de combate nas principais direções da operação foram interrompidas”, mas agora, a operação foi retomada.
Nesse sentido, Konashenkov destacou o avanço das milícias separatistas de Donetsk e Lugansk, que tomaram novas cidades com a ajuda do exército russo na direção de Rubezhnoye.
“Hoje as forças da República Popular de Lugansk avançaram a uma profundidade de 46 quilômetros e tomaram as localidades de Schastie e Muratovo”, informou, acrescentando que as milícias de Donetsk avançaram cerca de 10 quilômetros e tomaram Starognatovka, Otkiabrskaya e Pavlopol.
“Os batalhões nacionalistas usam os chamados 'bander-mobiles', veículos off-road com metralhadoras de alto calibre ou morteiros”, detalhou, lembrando que esse tipo de transporte era amplamente utilizado por “terroristas internacionais na Síria”.
Konashenkov também se referiu aos confrontos no Mar Negro, relatando que no dia anterior, durante a evacuação de 82 guardas de fronteira ucranianos que “voluntariamente depuseram suas armas”, navios russos foram atacados por 16 barcos da Marinha ucraniana, os quais acusou de se esconder com navios civis.
“O objetivo deste ataque foi, antes de tudo, uma vingança pelos militares ucranianos que se renderam para acusar o exército russo de assassinar prisioneiros de guerra”, afirmou o porta-voz, observando que seis lanchas ucranianas foram afundadas durante o confronto.
O militar russo alegou ainda que durante os confrontos na área havia vários drones RQ-4 e MQ-9A dos Estados Unidos.
“É muito provável que os drones americanos tenham ajudado os barcos ucranianos a corrigir o fogo contra os navios da Frota do Mar Negro”, denunciou.