A Rússia participará da conferência "Amigos da Líbia", sediada na França, na quinta-feira e tentará defender seus interesses na nação africana, disse o enviado do presidente Dmitry Medvedev nesta quarta-feira.
"Segundo instruções do presidente, a Rússia participará da conferência sobre a Líbia", disse Mikhail Margelov em comentários confirmados por sua porta-voz, Varvara Paal. "Nosso país foi um dos primeiros a ser convidado para esse fórum."
Margelov representará a Rússia na conferência em Paris, onde membros do grupo de contato sobre a Líbia, comandado por países do Ocidente, discutirão o apoio na reconstrução política e econômica no país devastado pela guerra.
A Rússia criticou o grupo de contato, e Margelov reiterou que Moscou insiste que o Conselho de Segurança da ONU, no qual detém poder de veto na condição de membro permanente, "deve assumir um papel chave" nas discussões sobre a reconstrução pós-guerra do país.
Mas ele deixou claro que a Rússia, que tinha acordos de bilhões de dólares em armas, energia e infraestrutura com a Líbia sob o governo de Muamar Kadafi, não queria sair perdendo com a mudança de poder no país produtor de petróleo.
"Pretendemos apresentar nossa visão do processo que visa criar um novo governo nesse país, e queremos exercer alguma influência no processo e preservar interesses econômicos e outros interesses na Líbia", afirmou.
A Rússia permitiu a intervenção militar do Ocidente na Líbia quando se absteve em uma votação para uma resolução do Conselho da Segurança em março, mas acusou as forças da Otan, que realizou ataques aéreos contra as forças governistas na Líbia, de ultrapassar seu mandato para proteger civis.
Medvedev se uniu às nações do Ocidente para pedir a Kadafi que renuncie ao poder. No entanto, diferente dos Estados Unidos e outras nações ocidentais, a Rússia não reconheceu o Conselho Nacional de Transição como autoridade legítima da Líbia.
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