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ONU

Rússia pede combate à "raiz do terrorismo" e não apenas "sintomas" como o EI

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou neste sábado (27) que é necessário erradicar à "raiz" do terrorismo e não concentrar-se apenas em combater "sintomas" como o grupo Estado Islâmico (EI), por isso pediu à Organização das Nações Unidas (ONU) um plano "integral" que inclua uma solução para o conflito palestino.

"A ameaça terrorista requer um enfoque integral se quisermos erradicar suas causas na raiz, em vez de ficarmos condenados a reagir aos sintomas. O EI é apenas uma parte do problema", disse Lavrov em seu discurso na Assembleia Geral da ONU.

O chefe da diplomacia russa propôs lançar, "sob o apoio do Conselho de Segurança da ONU, um estudo aprofundado sobre as ameaças terroristas e extremistas em todos seus aspectos no Oriente Médio e do Norte da África".

"O enfoque integrado envolve também que os conflitos antigos devem ser analisados, principalmente entre os árabes e Israel. A ausência de resolução do problema palestino há várias décadas continua sendo, como é reconhecido amplamente, um dos principais fatores de instabilidade na região, que ajuda aos extremistas a recrutar mais e mais novos jihadistas", declarou.

A opinião de Sergei Lavrov se choca com a expressada pelo presidente dos Estados Unidos. Em seu discurso na quarta-feira (24) na ONU Barack Obama considerou uma simples "ilusão" a ideia de que o conflito palestino-israelense seja "a principal fonte de problemas na região".

Lavrov, que nesta sexta-feira (26) advertiu que os ataques lançados pelos Estados Unidos e outros países contra posições jihadistas do EI na Síria violam a legalidade internacional, alertou hoje contra as "tentativas de atuar contra a Carta" da ONU no combate ao terrorismo.

"A luta contra os terroristas no território da Síria deve ser estruturada na cooperação com o governo sírio, que expressou claramente sua disposição de se unir a ela", sustentou o ministro russo, em referência à recusa dos Estados Unidos de coordenar seus ataques com o regime de Bashar al-Assad.

Ele acrescentou que, "desde o começo da 'Primavera Árabe'" em 2011, a "Rússia pediu para não deixar via livre aos extremistas e estabelecer uma frente unida para resistir a crescente ameaça terrorista".

"Alertamos contra a tentação de se aliar quase com qualquer um que se proclamasse inimigo de Bashar al-Assad: seja Al Qaeda, Frente al Nusra e outros companheiros de viagem na busca de uma mudança de regime, incluindo o Estado Islâmico", afirmou ele, ressaltando que "antes tarde do que nunca" para empreender essa tarefa.

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