A Rússia exige explicações de Ancara pela interceptação na quarta-feira(10) à noite na Turquia de um avião comercial sírio que colocou em perigo passageiros russos, afirmou nesta quinta-feira (11) o ministério das Relações Exteriores de Moscou.
Com o princípio de crise, o presidente russo Vladimir Putin adiou uma visita prevista para Ancara, informou o Kremlim.
"Moscou exige das autoridades turcas explicações sobre a justificativa para tal ato", afirma o ministério em um comunicado, no qual destaca que a interceptação do avião por aeronaves de combate "colocou em perigo os passageiros, incluindo 17 cidadãos russos".
"A parte turca não informou a embaixada da Rússia em Ancara sobre a presença de cidadãos russos entre os passageiros do avião interceptado. Ficamos sabendo pelos meios de comunicação", completa a nota.
A agência russa de exportação de armas destacou que o avião procedente sírio que partiu da Rússia com destino a Damasco não transportava nenhuma carga suspeita.
"Não havia a bordo armas ou qualquer tipo de sistema ou componentes para equipamentos militares", afirmou uma fonte da agência, que pediu anonimato.
O avião sírio foi obrigado a pousar em Ancara na quarta-feira à tarde sob a suspeita de transportar armas.
O Airbus A-320, com 35 passageiros, foi escoltado por F4 turcos ao aeroporto Esenboga para passar por uma inspeção.
A companhia aérea nacional síria acusou as autoridades turcas de agressão contra a tripulação do avião interceptado.
"As autoridades turcas agrediram a tripulação antes de autorizar a decolagem do avião de Ancara", afirmou Aida Abdel Latif, diretora da Syrian Air, sem revelar o tipo de agressão.
De acordo com Latif, a agressão aconteceu depois que a tripulação se negou a assinar um documento que afirmava que o avião fez um pouso de emergência.
Segundo a diretora, aviões militares turcos forçaram o pouso, sem prevenir, para uma inspeção.
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