O governo da Rússia anunciou nesta segunda-feira (26) que planeja fechar as fronteiras do país para os homens em idade para combate, depois que dezenas de milhares de pessoas deixaram o país, desde que o presidente, Vladimir Putin, decretou estado de mobilização parcial na semana passada.
A proibição entraria em vigor após os referendos de integração com a Rússia, que acontecem nos territórios da Ucrânia ocupados parcialmente pelas tropas russas, de Donetsk, Lugansk, Kharkiv e Zaporizhzhia, segundo veiculou o site russo Meduza.
Atualmente, apenas homens que recebem autorização por escrito dos centros de recrutamento militar podem deixar o território nacional.
Por isso, segundo o site The Bell, os guardas fronteiriços do Serviço Federal de Segurança (FSB) nos aeroportos receberam listas de russos que devem ser mobilizados.
Cerca de 261 mil russos teriam cruzado a fronteira entre quarta-feira e sábado, conforme veiculou o site Novaya Gazeta Europa, que cita fontes do FSB.
Já nos círculos da presidência russa, há dúvidas sobre a quantidade, embora haja admissão que a tendência é preocupante e que os militares poderiam convencer Putin da necessidade de medidas urgentes para conter esse êxodo.
Segundo o advogado de direitos humanos Pavel Chikov, a guarda fronteiriça do FSB já impediu a saída da Rússia de pessoas que tentavam ir para o Cazaquistão.
O jornal RBC informou que o Serviço Federal de Segurança decidiu deslocar blindados para a passagem fronteiriça entre a Ossétia do Norte e a Geórgia, para evitar incidentes.
Na região, são formadas há dias filas quilométricas, assim como nas fronteiras com a Finlândia, Cazaquistão e Mongólia.
Enquanto isso, continuaram os ataques contra centros de alistamentos na Rússia. O último aconteceu hoje na região de Irkutsk, na Sibéria.
No local, um jovem disparou a queima-roupa contra um comissário militar, que ficou gravemente ferido.
Segundo o site Meduza, cerca de 20 centros de alistamento foram atacados, muitos deles, com coquetéis molotov, desde o início da chamada "operação militar especial" convocada por Putin na Ucrânia, sendo mais da metade nos últimos dias.
Também houve ataques contra sedes de órgãos públicos e do partido do presidente, o Rússia Unida.
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