Durante uma entrevista coletiva com diversos veículos de imprensa internacionais nesta quarta-feira (5), o ditador da Rússia, Vladimir Putin, voltou a criticar a entrega de armas por parte de países do Ocidente à Ucrânia e a autorização desses países para que as forças ucranianas utilizem tais armas contra o solo russo.
Devido a essa autorização, o líder do Kremlin argumentou que seu país poderia armar outras nações com armas semelhantes para atacar alvos ocidentais espalhados por diversas regiões.
Putin destacou que, se o “Ocidente acredita ser possível fornecer tais armas a uma zona de guerra para atacar o território russo e criar problemas para a Rússia”, então Moscou também teria o “direito de fornecer armas da mesma classe a regiões do mundo onde haveria ataques a instalações sensíveis desses países ocidentais”.
O ditador enfatizou que a resposta da Rússia frente a autorização ocidental para o uso de armas pela Ucrânia contra seu território poderia ser “assimétrica” e que o país está “considerando” essa possibilidade.
Também na entrevista houve críticas ao suposto envio pela Alemanha de mísseis de longo alcance Taurus para a Ucrânia, que poderiam ser utilizados contra o território da Rússia. Putin disse que esse envio "destruiria definitivamente" as relações do país com a Alemanha e acusou o governo do chanceler federal Olaf Scholz de “não defender os interesses" dos alemães.
Ainda na coletiva, Putin voltou a reiterar que a Rússia “não iniciou a guerra contra a Ucrânia”, e culpou movimentações do Ocidente na região pelo conflito. Ele se recusou a divulgar o número de baixas russas na guerra, que já dura mais de dois anos, mas afirmou que as perdas da Ucrânia “eram cinco vezes maiores”.
“Posso lhes dizer que nossas perdas, especialmente em termos de perdas irrecuperáveis, são várias vezes menores do que as do lado oposto”, declarou.
Sobre as relações entre Rússia e Estados Unidos, Putin minimizou a importância de uma vitória de Donald Trump ou Joe Biden nas eleições presidenciais de novembro, mas criticou a condenação de Trump por fraude fiscal, chamando-as de “politicamente motivadas” e argumentando que a condenação “queimou” a ideia de que Washington era uma democracia.
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