Ao menos 300 manifestantes, incluindo o blogueiro contra a corrupção Alexei Navalni, foram detidos em Moscou quando tentavam organizar um protesto para denunciar fraudes nas eleições legislativas, informou a polícia nesta segunda-feira, citada pela agência Ria Novosti.
"Mais de 300 pessoas foram detidas, entre elas (Ilia) Iachin e (Alexei) Navalni, quando convocavam à desobediência civil", informou o serviço de imprensa da polícia de Moscou.
Segundo observadores da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), houve fraude envolvendo as urnas durante as legislativas.
O partido do primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, obteve a maioria absoluta nas eleições realizadas no domingo.
Na noite desta segunda-feira, milhares de russos se reuniram em Moscou, sob a chuva, para protestar contra as fraudes nas eleições legislativas, segundo a agência Interfax.
Após a manifestação, centenas de pessoas tentaram seguir para a sede da comissão eleitoral, mas foram impedidas pela polícia, que realizou as detenções.
Pouco antes, cerca de 100 pessoas foram detidas em São Petersburgo, durante um protesto não autorizado, segundo a polícia.
Os observadores da OSCE afirmaram nesta segunda-feira que constataram "violações", entre elas "fraudes nas urnas", durante as legislativas, que deram a maioria absoluta da Câmara Baixa do Parlamento ao partido de Vladimir Putin.
"A votação foi bem organizada, mas a qualidade do processo foi consideravelmente deteriorada durante o processo de contagem dos votos, caracterizado por violações frequentes do procedimento, com sérias indicações de manipulação das urnas", revelou a missão de observação da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
Como em 2007, ela também constatou que "a concorrência política (foi) limitada e desigual" durante a campanha e ressaltou "a falta de independência" das autoridades eleitorais, da imprensa e a enorme proximidade do Estado e da Rússia Unida.
O Partido comunista, segundo na eleição com pouco menos de 20% dos votos, afirmou que vai apresentar "uma queixa formal à Suprema Corte da Rússia" e para vários outros tribunais regionais, após ter constatado violações em 1.600 colégios eleitorais.
O presidente russo, Dmitri Medvedev, rejeitou as críticas, julgando que a votação foi democrática.
"As eleições foram honestas, igualitárias e democráticas", declarou, segundo a agência de notícias Interfax.
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