Uma jornalista que possui dupla cidadania, americana e russa, foi presa nesta quarta-feira (18) na Rússia. Segundo a agência Radio Free Europe, para a qual Alsu Kurmasheva trabalha, a jornalista foi detida em Kazan pela acusação de não se registrar como “agente estrangeira”, o que pode acarretar pena de cinco anos de prisão.
A Radio Free Europe, agência financiada pelo governo dos Estados Unidos, informou que Kurmasheva está radicada em Praga, na República Tcheca, e viajou para a Rússia devido a uma emergência familiar em maio.
A jornalista já havia sido detida temporariamente enquanto esperava o voo de retorno em 2 de junho no aeroporto de Kazan. No terminal, teve seus passaportes americano e russo confiscados e não pôde deixar o país desde então.
Kurmasheva foi inicialmente multada por não registrar seu passaporte dos Estados Unidos junto às autoridades russas e estava aguardando a devolução dos documentos quando foi presa.
Gulnoza Said, coordenadora do programa do Comitê de Proteção dos Jornalistas (CPJ) para a Europa e Ásia Central, afirmou que o órgão “está profundamente preocupado com a prisão da jornalista americana Alsu Kurmasheva sob falsas acusações criminais e apela às autoridades russas para que a libertem imediatamente e retirem todas as acusações contra ela”.
A Rússia obriga organizações da sociedade civil e indivíduos a se registrarem como “agentes estrangeiros” caso recebam financiamento do exterior e estejam envolvidos em atividades políticas. A norma, inspirada nos tempos de União Soviética, é usada para perseguir opositores e quem critica a administração do presidente Vladimir Putin.
Em março, um repórter do americano Wall Street Journal, Evan Gershkovich, havia sido preso na Rússia por acusações de espionagem.
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