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Otan

Rússia propõe aos EUA a criação de um sistema antimísseis global

A Rússia propôs aos Estados Unidos e à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) a criação de um sistema global de defesa contra mísseis, afirmou neste domingo (8) o vice-primeiro-ministro russo Serguei Ivanov.

Em entrevista ao canal de televisão "Rossia", o político defendeu as últimas iniciativas do Kremlin de cooperação militar como uma alternativa ao plano dos EUA de instalar seu escudo antimísseis na Europa do Leste perto das fronteiras russas.

"Propomos criar, aproximadamente para 2020, um sistema global único de defesa contra mísseis, com participação eqüitativa de muitos Estados e com acesso de todos ao comando desse sistema", disse Ivanov na entrevista, adiantada pela agência "Interfax".

Ele afirmou que a Rússia dirige esta iniciativa aos EUA, como "atual líder mundial em tecnologia", assim como aos países-membros da Otan e a todos os outros Estados europeus, inclusive neutros, como Áustria, Finlândia e Suécia.

"Isso mudaria toda a arquitetura de segurança e o nível de confiança mútua, pois as partes, ao ter acesso eqüitativo, não se considerariam mais inimigos ou rivais, e deixariam definitivamente no passado a Guerra Fria", disse.

Os EUA planejam instalar um radar na República Tcheca e uma dezena de interceptores na Polônia como elementos de seu escudo antimísseis, coordenável no futuro com o da Otan, para se defender de possíveis ataques de países como Irã e Coréia do Norte.

No entanto, a Rússia - insatisfeita com a contínua ampliação da Otan em direção a suas fronteiras - considera que este projeto é dirigido contra ela e representa uma ameaça a sua segurança, por isso ameaçou apontar seus mísseis contra os países europeus envolvidos.

O principal argumento de Moscou é que países como o Irã levariam 15 ou 20 anos para criar mísseis próprios de longo alcance, mas Ivanov disse hoje que "nunca questionamos o fato de que a proliferação de tecnologias de mísseis entranha uma grave ameaça para a segurança de muitos países, incluindo a Rússia".

Com este projeto dos EUA, há a tentativa de "enfrentar (a Rússia) com a Europa para criar uma nova divisa, um novo Muro de Berlim", disse Ivanov, um dos favoritos para substituir o atual presidente russo, Vladimir Putin, no ano que vem.

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