Presidente da Rússia, Vladimir Putin| Foto: EFE/Sergei Bobylev
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O líder opositor russo Vladimir Kara-Murza foi condenado a 25 anos de prisão por alta traição e por “espalhar informações falsas” sobre o Exército da Rússia. Kara-Murza foi encarcerado neste domingo (24) em uma prisão da Sibéria, segundo informou seu advogado.

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O condenado, de 42 anos, cumprirá a pena em na prisão de segurança máxima IK-6, na cidade siberiana de Omsk, a cerca de 2.700 quilômetros de Moscou. “IK-6 é uma prisão de segurança máxima para condenados pela primeira vez. Está localizada na periferia da cidade”, escreveu Vadim Prokhorov, o advogado da opositor, no Facebook.

O opositor e jornalista crítico do Kremlin foi levado de Moscou para Omsk durante quase três semanas, em um processo especialmente traumático conhecido na Rússia como “etapirovanie” (transferência por etapas).

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Ao longo do caminho, ficou detido nas prisões de Samara e Penza, na parte europeia da Rússia; em Chelyabinsk, nos Urais, e em uma prisão preventiva em Omsk.

Assim que chegou ao IK-6, Kara-Murza foi trancado em uma cela de punição por ter cometido uma infração que seus advogados desconhecem.

As autoridades penitenciárias russas ordenaram a transferência do opositor sem esperar que a Justiça se pronunciasse sobre um recurso interposto por sua defesa.

Recentemente, a esposa de Kara-Murza, Yevguenia, denunciou na rede social X, o antigo Twitter, que a transferência foi realizada em segredo e às vésperas do 42º aniversário do jornalista para que não recebesse “mensagens de apoio de todo o mundo”.

A embaixada dos Estados Unidos em Moscou condenou a perseguição política ao opositor, no âmbito de um processo que considera “politicamente motivado”.

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Nesse contexto, Washington exigiu “a libertação imediata do senhor Kara-Murza e de mais de 600 presos políticos na Rússia”.

Kara-Murza, que escrevia artigos de opinião para meios de comunicação como o "The Washington Post", foi preso em abril por supostamente colaborar com países da Otan e desacreditar as Forças Armadas russas em discurso proferido na Câmara dos Representantes do Arizona (EUA).

Considerado prisioneiro de consciência pela Anistia Internacional, o jornalista foi reconhecido com o Prêmio Václav Havel de Direitos Humanos 2022, outorgado pelo Conselho Europeu.