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Energia

Rússia queima 10 milhões de euros por dia com gás que poderia enviar à Europa, aponta relatório

Sede da estatal Gazprom em São Petersburgo: consultoria que fez o estudo diz que não é possível saber intenção russa ao queimar gás perto da fronteira com a Finlândia, mas que situação deixa claro “domínio” sobre o mercado de energia europeu (Foto: EFE/EPA/ANATOLY MALTSEV)

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A Rússia está queimando cerca de 10 milhões de euros por dia do gás que poderia enviar à Europa através do gasoduto Nord Stream 1, de acordo com um relatório da consultora norueguesa Rystad Energy.

Imagens de satélite da central para gás natural liquefeito de Portovaya, perto da fronteira com a Finlândia, mostram altos níveis de calor desde 11 de julho que especialistas acreditam ser procedente da queima de gás.

A situação veio à tona depois que cidadãos finlandeses começaram a vislumbrar grandes chamas no horizonte há algumas semanas, disse a consultora, que adverte que a queima representa um “desastre ambiental”, com a emissão de cerca de 9 mil toneladas de CO2 para a atmosfera todos os dias.

“O volume exato da queima é difícil de quantificar, mas acredita-se que seja em torno de 4,34 milhões de metros cúbicos (de gás) por dia”, disse nesta sexta-feira (26) Sindre Knutsson, analista-chefe dos mercados de gás da Rystad Energy, à Agência Efe.

Especialistas admitem a possibilidade de que a queima de gás esteja “ligada a testes pré-operacionais em Portovaya”, mas ressaltaram que o caso “leva a muitas perguntas sobre as intenções da Rússia”, já que esse cenário coincide com uma queda de 77% nas exportações de gás russo para a Europa em 12 meses até agosto, o equivalente a 20% da demanda da União Europeia (UE).

“Embora as razões exatas da queima sejam desconhecidas, o volume, as emissões e a localização da chama são um lembrete visível do domínio da Rússia sobre os mercados de energia da Europa”, afirmou Knutsson. A queda do fornecimento e os receios de cortes ainda maiores durante o inverno no hemisfério norte levaram a UE a pedir aos 27 países membros para que reduzam o consumo de gás em até 15% até março de 2023 para tentar garantir que as reservas sejam suficientes.

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