Um general russo disse ontem que suas tropas na Geórgia irão continuar a patrular um porto estratégico, no Mar Negro, ainda que a cidade esteja fora das "zonas de segurança" onde os russos alegam ter direito de manter seus soldados.
O comunicado feito pelo general Anatoly Nogovitsyn, divulgado por agências de notícias russas, veio um dia depois de a Rússia anunciar a retirada das tropas da Geórgia, após um acordo de cessar-fogo fechado com a União Européia.
Em Moscou, uma autoridade senior da Defesa disse que as tropas russas patrulhariam Poti, embora a cidade esteja fora da "zona de responsabilidade" russa.
A Rússia interpreta que o acordo permite que eles mantenham uma substancial presença militar na Geórgia, um ponto fortemente disputado pelos Estados Unidos, França e Grã Bretanha.
As retirada das tropas russas permitiu que os residentes da cidade central e estratégica de Gori começassem a retornar a suas casas, duas semanas depois de terem fugido por causa dos ataques aéreos russos e avanço das tropas.
Controle militar
Em reação à manutenção de postos de controle militar russos fora das regiões separatistas, o Parlamento da Geórgia aprovou ontem a prorrogação do "estado de guerra no país por mais duas semanas. Segundo o governo da Geórgia, a retirada, que Moscou declarou concluída, foi apenas parcial e descumpriu o cessar-fogo, que não estabeleceu um calendário para a saída das tropas brecha que os russos tentam usar para prolongar indefinidamente a presença no país.
Uma multidão de pessoas e muitos carros congestionaram os acessos à cidade ontem e a polícia georgiana tentava controlar o retorno em massa estabelecendo pontos de fiscalização um eco irônico do controle russo que cercava a cidade um dia antes.
Aqueles que conseguiram retornar encontraram uma cidade destruída por bombas, sofrendo com a falta de alimentos e dominada pela dor.
O mais movimentado porto da Geórgia para petróleo e derivados é o de Batumi, mais ao sul, mas Poti pode carregar 100 mil barris por dia de derivados de petróleo, que chegam por trem do Azerbaijão.
A guerra começou quando a Geórgia atacou sua província separatista da Ossétia do Sul em 7 de agosto. A Rússia lançou um contra-ataque feroz no dia seguinte, que primeiro desalojou os soldados georgianos da província. Em seguida, o exército russo invadiu o centro e o oeste da Geórgia. A guerra durou cinco dias.