A Rússia reconheceu oficialmente as eleições realizadas por rebeldes na região leste da Ucrânia, abrindo espaço para novas tensões diplomáticas com os países ocidentais.

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Nesta segunda-feira (3), o Ministério das Relações Exteriores russo afirmou que as votações em Donetsk e Luhansk dão aos representantes eleitos a autoridade de manter a estabilidade em áreas afetadas pela insurgência separatista. Nas urnas, os moradores de Donetsk e Luhansk escolheram representantes para o Executivo e o Legislativo local. Segundo resultados preliminares divulgados pelos separatistas, o líder rebelde de Donetsk, Alexander Zakharchenko deve vencer as eleições por uma boa margem de votos.

"Se eles nos reconhecerem e devolverem as terras que perdemos sem lutar, então iremos restaurar os laços econômicos (com a Ucrânia) e viveremos como parceiros econômicos em pé de igualdade", afirmou Zakharchenko no domingo.

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Não está claro quantas pessoas puderam votar, já que os rebeldes não têm acesso aos dados eleitorais do país. Roman Lyagin, chefe da comissão eleitoral rebelde, estima que 1,4 milhões de habitantes estavam aptos a votar nas 350 zonas instaladas na região.

No entanto, críticos afirmam que as regras frouxas que obrigam os eleitores a se registrarem na zona eleitoral permitem que uma mesma pessoa vote mais de uma vez ou que pessoas vindas de fora do leste do país possam participar da votação para os representantes locais.

O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, caracterizou a votação como uma "pseudo-eleição". "A farsa criada debaixo de tanques e armas automáticas que duas organizações terroristas montaram em parte de Donbass (porção leste do país) é um evento terrível e não tem nada que ver com uma eleição de verdade", disse Poroshenko, em posicionamento divulgado pela assessoria de imprensa oficial da Ucrânia.

As eleições realizadas no domingo foram amplamente criticadas pela União Europeia e os Estados Unidos, que acreditam que a votação viola a lei do país e mina o acordo de cessar-fogo firmado em setembro entre Rússia e Ucrânia. As lutas entre tropas da Ucrânia e rebeldes separatistas continuam diariamente nas áreas onde as votações ocorreram.

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