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A Rússia admitiu pela primeira vez nesta sexta-feira (24) que o atentado contra a casa de shows Crocus City Hall, que fica localizada na periferia de Moscou, foi de fato um ato coordenado por uma ramificação do grupo terrorista Estado Islâmico.
O atentado, ocorrido no dia 22 de março, resultou na morte de 144 pessoas e deixou outras 360 feridas, marcando o incidente como um dos mais letais ocorridos em solo russo.
Após repetidas reivindicações de responsabilidade pelo grupo terrorista Estado Islâmico do Khorasan, as autoridades russas, que inicialmente tentaram associar o ataque à Ucrania, foram forçadas a reconhecer a verdadeira origem do mesmo.
“As ações preparatórias, financiamento, ataque e retirada de terroristas foram coordenadas pela Internet por membros do grupo [Estado Islâmico da] Província de Khorasan, que está localizado na zona Afeganistão-Paquistão”, disse Alexander Bortnikov, diretor do Serviço Federal de Segurança da Federação Russa (FSB), durante uma reunião em Bishkek, capital do Quirguistão.
No entanto, o comunicado de Bortnikov ainda detalhou que os terroristas receberam "instruções para se dirigirem à fronteira ucraniana" após completarem o ataque, onde supostamente teriam uma "fuga" preparada pelo outro lado. A Ucrânia já negou veementemente qualquer envolvimento com o ataque.
Até o momento, mais de 20 suspeitos de perpetrar o crime foram detidos, incluindo todos os indivíduos que estavam envolvidos diretamente com o tiroteio.
O ditador Vladimir Putin, no final de março, chegou a reconhecer que o atentado foi obra de “islamistas radicais”, mas continuou insinuando que Kiev poderia estar por trás do ocorrido.
A embaixada dos EUA em Moscou tinha advertido semanas antes as autoridades russas sobre um possível ataque terrorista na capital e, segundo a imprensa americana, Washington apontou o próprio Crocus City Hall como um dos possíveis alvos.