O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou nesta segunda-feira (21) o reconhecimento das repúblicas de Donetsk e Lugansk, autoproclamadas por separatistas pró-russos em 2014 na região de Donbass, no leste da Ucrânia.
Na prática, esse reconhecimento viola os Acordos de Minsk, põe fim ao processo de paz entre Kiev e os separatistas e aumenta a tensão a respeito de uma possível invasão do território ucraniano por Moscou.
“Reconheço imediatamente as duas repúblicas e peço que o parlamento nacional ratifique os acordos de amizade e cooperação (com Donetsk e Lugansk)”, afirmou Putin em pronunciamento. Ele disse que um decreto de reconhecimento será assinado em breve.
Antes, Putin se dizia favorável ao cumprimento dos Acordos de Minsk, que visam a resolução do conflito no leste ucraniano e reconhecem como parte da Ucrânia os territórios hoje controlados pelos separatistas. A Rússia, assim como todos os outros países integrantes da ONU, não reconhecia as duas repúblicas.
No início da semana passada, a Duma, a câmara baixa do Parlamento russo, aprovou um pedido para que Putin reconhecesse a independência das repúblicas de Donetsk e Lugansk, apelo reiterado nesta segunda-feira pelos líderes separatistas.
Putin sempre apoiou militarmente e financeiramente as repúblicas separatistas, embora publicamente negue que preste essa ajuda, e a Rússia já entregou mais de 700 mil passaportes a cidadãos destas duas regiões. O presidente já chegou a descrever que está ocorrendo “genocídio” contra os separatistas em Donbass.
Mais de 14 mil pessoas foram mortas no conflito entre Kiev e separatistas desde 2014. O cessar-fogo já foi desrespeitado várias vezes, mas nos últimos dias, com o aumento da tensão pela concentração de tropas russas na fronteira com a Ucrânia (os Estados Unidos estimam cerca de 190 mil soldados), as hostilidades cresceram em Donbass.
O Ocidente teme que Putin esteja em busca de um pretexto para invadir o país vizinho, como um eventual pedido de Donetsk e Lugansk por ajuda militar. Os líderes separatistas anunciaram “mobilização total” no fim de semana; antes, haviam informado que iniciaram a evacuação de civis.
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