A Rússia rejeitou uma segunda série de ofertas norte-americanas feitas para atenuar as críticas russas cada vez mais agudas aos projetos de construção de um sistema de defesa antimísseis na Polônia e na República Checa, informaram nesta quarta-feira (12) as agências de notícias. A rejeição ocorre às vésperas da retomada das conversações entre russos e norte-americanos para um novo acordo que substitua o Tratado de Redução de Armas Estratégicas (Start, na sigla em inglês), de 1991. As conversações devem começar nesta quinta-feira em Genebra.
O impasse acontece porque o governo George W. Bush afirma que o sistema de defesa antimísseis protegerá a Europa de ataques dos mísseis de longo alcance do Irã, mas Moscou rejeita a afirmação. Os russos alegam que o sistema poderá eliminar o poder de intimidação de suas armas nucleares ou então espionar suas instalações militares.
Em longo discurso feito poucas horas após Barack Obama ser eleito presidente dos Estados Unidos, o presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, disse que seu país instalará seus mísseis Iskander, de curto alcance, no enclave de Kaliningrado, território russo no Mar Báltico e na fronteira com a Polônia, caso os americanos prossigam com seus projetos no leste europeu.
A administração Bush enviou então uma segunda série de ofertas a Moscou no final da semana passada. As primeiras propostas ofereciam à Rússia enviar observadores para monitorar as instalações do sistema antimísseis. Oficiais russos e americanos não informaram o teor da nova proposta.
Segurança
O ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse no fim de semana passado que as propostas eram insuficientes. Hoje, um oficial no Kremlin, não identificado pelas agências de notícias, disse que a Rússia está pronta para trabalhar com a Europa em questões de segurança, mas também acusou a administração Bush de limitar as escolhas da próxima administração, de Obama, sobre o problema do sistema antimísseis. "Os americanos nos apresentaram várias propostas. Todas são inadequadas e não têm nada de novo", disse o oficial.
Em Bruxelas, o embaixador russo na União Européia disse que o discurso de Medvedev foi um sinal para a administração de Obama. "A Rússia alertou a comunidade internacional durante muitos meses que nós teremos que reagir", disse o embaixador Vladimir Chizhov na sexta-feira, antes do encontro entre Rússia e União Européia em Nice, sul da França
"Eu não quero pré-julgar qualquer decisão que o presidente eleito Obama tome, mas acredito que é melhor para ele saber o que esperar da Rússia no caso da decisão ser essa (prosseguir na instalação do sistema antimísseis)", disse Chizhov.
Tratado
Um oficial norte-americano disse nesta quarta-feira, sob anonimato, que a Rússia e os EUA começarão a trabalhar nesta quinta para encontrar um pacto que substitua o Tratado de Redução de Armas Estratégicas (Start), de 1991, que irá expirar no final de 2009. O funcionário disse que as conversações acontecerão nas missões diplomáticas da Rússia e dos EUA em Genebra e a primeira rodada irá até o dia 21 de novembro. Firmado em 1991, o Start levou a importantes reduções nos enormes arsenais nucleares da Rússia e dos EUA.
A embaixada americana em Moscou informou que o terceiro mais importante funcionário do Departamento de Estado americano, William Burns, se encontrará hoje com Lavrov e o assessor em política externa do Kremlin, Sergei Prikhodko, para discutir, entre outros assuntos, uma reunião sobre o sistema de defesa antimísseis, que está marcada para dezembro.
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