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A Rússia classificou de "inaceitável" o novo projeto de resolução sobre a Síria apresentado por Reino Unido e França ao Conselho de Segurança da ONU.

O texto inclui ameaças de sanções econômicas contra a Síria, caso o regime não retire suas tropas e armas pesadas dos maiores centros populacionais em dez dias. A resolução, contudo, seria aplicada sob o capitulo 7 da Carta da ONU, que permite que as medidas sejam aplicadas militarmente.

"Seu projeto não é equilibrado", declarou o vice-ministro russo das Relações Exteriores, Guennadi Gatilov, citado pela agência de notícias Interfax.

O projeto deve ser apresentado ao Conselho de Segurança nesta quinta-feira para votação.

A comunidade internacional está sob intensa pressão para conter os confrontos na Síria, que se arrastam há quase 16 meses e já deixaram, segundo a ONU, 10 mil mortos. As ações mais duras, contudo, são impedidas pela Rússia e pela China, ambas aliadas do regime sírio e com poder de veto no Conselho de Segurança.

Gatilov afirmou que o projeto impõe obrigações apenas ao governo sírio, e, por isso, é "inaceitável".

"Essa é a razão pela qual nós consideramos que esse projeto não está em conformidade com o comunicado de Genebra [de 30 de junho], nem com o conteúdo do plano de paz de [o enviado especial da ONU] Kofi Annan, e é para nós inaceitável", acrescentou.

O plano de Annan inclui a formação de um governo de transição na Síria, através do diálogo entre oposição e regime, que teriam o mesmo poder de veto sobre seus membros. Os EUA e os europeus viram no plano um pedido claro pela renúncia de Bashar Assad, que nunca seria aceito pela oposição como parte deste governo. Já a Rússia e a China defendem que o plano não impõe pré-condições para o governo e mantêm seu apoio ao ditador.

O vice-ministro russo alertou ainda que, se os ocidentais decidirem apresentar o texto "mesmo sabendo que para nós seu conteúdo é inaceitável, não permitiremos a sua adoção".

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