A Rússia tentou minar nesta quarta-feira (28) a posição dos Estados Unidos em direitos humanos - o país costuma atuar como juiz mundial nesse área - ao divulgar seu primeiro relatório detalhando acusações de tortura, grampos telefônicos e abusos cometidos pelo governo norte-americano. Criticando os EUA por adotar padrões duplos, a Rússia afirmou que o presidente Barack Obama não conseguiu fechar a prisão militar na Baía de Guantánamo e acusou a Casa Branca de proteger autoridades e funcionários da CIA de processos na Justiça. O relatório do Ministério das Relações Exteriores "Sobre a situação dos direitos humanos em uma série de Estados do mundo" segue o exemplo da China em ressaltar os fracassos dos EUA para contrabalançar as críticas do Departamento de Estado norte-americano sobre abusos de direitos humanos na Rússia. "A situação nos Estados Unidos está longe dos ideais proclamados por Washington", disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia no relatório de 63 páginas postado no site www.mid.ru. "O principal problema não resolvido é a odiosa prisão na Baía de Guantánamo." "A Casa Branca e o Departamento de Justiça protegem funcionários da CIA e a autoridades do alto escalão responsáveis por violações flagrantes aos direitos humanos", afirma. Todos os anos desde 1976, o Departamento de Estado norte-americano publica um relatório detalhado sobre a situação dos direitos humanos no mundo, em geral com uma severa análise sobre os abusos cometidos na China e na Rússia. No relatório de abril os EUA criticaram a Rússia por "problemas de direitos humanos na sociedade e no âmbito do governo e abusos durante o ano".
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