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O vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitri Medvedev, resgatou nesta quinta-feira (23) uma mensagem do ditador soviético Josef Stalin durante a Segunda Guerra Mundial para estimular a indústria militar a aumentar a produção de armas no contexto da guerra na Ucrânia.
“Companheiros, quero que me ouçam e lembrem-se das palavras do Generalíssimo. Como vocês bem sabem, os resultados de tais declarações foram impressionantes e, se não fosse assim, vocês imaginam o que teria acontecido”, declarou Medvedev, em um vídeo postado em seu canal no Telegram.
Em seguida, leu o telegrama de Stalin: “Peço-lhes que cumpram de maneira honesta e dentro dos prazos os pedidos de fornecimento de cascos de tanques para a fábrica de tratores de Chelyabinsk. Agora peço e espero que cumpram o seu dever perante a pátria”.
“Dentro de alguns dias, se for provado que vocês infringiram seu dever perante a pátria, começarei a aniquilá-los como criminosos que menosprezam a honra e os interesses de sua pátria. Não se pode permitir que nossos soldados sofram no front com uma escassez de tanques, enquanto na retaguarda se tarda e vagueia”, acrescentou.
O telegrama, enviado por Stalin em 17 de setembro de 1941, poucos meses após a invasão nazista da União Soviética, foi lido por Medvedev durante a reunião do grupo de trabalho da comissão da indústria militar.
Medvedev, que foi presidente da Rússia de 2008 a 2012, enfatizou que isso mostra que “não há produção ou organização ideal”, mas todos devem entender que as obrigações se acumulam devido ao descumprimento das ordens militares.
Em declarações à imprensa, Medvedev havia manifestado sua intenção de “encorajar” os chefes das corporações da indústria militar com um telegrama de Stalin, falecido há 70 anos.
“Eles merecem”, disse Medvedev, que desde o início do conflito na Ucrânia se tornou o funcionário de alto escalão que usou a linguagem mais belicosa e agressiva contra a Ucrânia e o Ocidente, a ponto de ameaçar bombardear o Tribunal Penal Internacional após a emissão de um mandado de prisão contra o presidente russo, Vladimir Putin.
Medvedev passou meses garantindo que a Rússia tem “munição suficiente” e que a indústria militar aumentou sua taxa de produção em até dez vezes em algumas fábricas, embora a inteligência ocidental e a ucraniana assegurem o contrário.
Stalin foi um dos ditadores mais sanguinários da história e é especialmente odiado na Ucrânia, alvo de uma política genocida do tirano: um desastroso programa de reorganização da agricultura que matou entre 2 milhões e 12 milhões de ucranianos de fome entre 1932 e 1933, tragédia conhecida como Holodomor.