A Rússia rejeitou na segunda-feira pedidos por uma pressão maior sobre a Síria pela repressão violenta aos protestos contra o presidente Bashar al-Assad, que segundo as Nações Unidas já mataram 2.600 pessoas.

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Um dia depois de a França descrever como um escândalo a falta de uma postura firme da ONU contra Damasco, o presidente Dmitry Medvedev disse que as recentes sanções europeias e norte-americanas contra a Síria significam "uma pressão adicional absolutamente desnecessária agora nesta direção".

A Rússia e a China, membros com poder de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas, resistiram aos esforços de Washington e seus aliados europeus de aumentar a resposta internacional à repressão da Síria depois de quase seis meses de protestos.

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Assad reagiu ao levante, inspirado pelas revoltas que derrubaram três líderes norte-africanos este ano, com ataques militares contra centros de protestos e prisões em massa.

O grupo de oposição síria Sawasiah disse no domingo que 113 civis foram mortos na última semana. Ativistas e diplomatas disseram que as forças sírias aumentaram os ataques para deter coordenadores dos protestos.

Moradores e ativistas relataram que vários milhares de soldados e centenas de veículos blindados se reuniram nas últimas 24 horas nas áreas ao norte da cidade de Hama, que vem assistindo a grandes protestos pela saída de Assad.

Damasco culpa grupos armados pela violência. O assessor de mídia de Assad, Bouthaina Shaaban, falando durante uma viagem a Moscou na segunda-feira, forneceu uma estimativa do total de mortes menor do que a das Nações Unidas e disse que metade das vítimas estava entre as forças de segurança.

"Segundo nossas informações, 700 pessoas morreram do lado do exército e da polícia e 700 pessoas do lado dos insurgentes", disse Shaaban a repórteres através de um tradutor.

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A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, disse que a estimativa das Nações Unidas baseava-se em "fontes confiáveis no terreno".

"O número dos mortos desde o início dos protestos em meados de março... atingiu agora pelo menos 2.600", disse Pillay ao Conselho de Direitos Humanos da ONU.

Ela não identificou as fontes. A Síria proibiu a investigação da equipe de Pillay e a entrada de grande parte dos jornalistas estrangeiros no país. A Síria também vem proibindo esforços da ONU para levar monitores dos direitos humanos para o país, disse a chefe das questões humanitárias da ONU, Valerie Amos.

França, Grã-Bretanha, Estados Unidos, Alemanha e Portugal circularam um esboço da resolução do Conselho de Segurança da ONU que pedia sanções contra Assad, contra parentes influentes dele e parceiros próximos, mas essa resolução encontrou resistência da Rússia e China.

"Acho um escândalo a ONU não ter uma posição clara em uma crise tão terrível", disse o ministro das Relações Exteriores francês, Alain Juppé, no domingo.

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"Achamos que o regime perdeu sua legitimidade. Achamos que é tarde demais para implementar um nível de reforma. Deveríamos adotar em Nova York uma resolução bem clara condenando a violência."