O ativista Dimitri Litvinov (à esq.) e Peter Willcox, capitão do Arctic Sunrise, do Greenpeace, mostram os documentos para o término do processo contra eles| Foto: Reuters/Stringer

O grupo ambientalista Greenpeace informou nesta quarta-feira (25) que as autoridades da Rússia encerraram as acusações contra 29 ativistas que foram detidos durante um protesto em setembro, incluindo a brasileira Ana Paula Maciel. Em comunicado divulgado no site da unidade brasileira do grupo, ela diz que sua saga "deve acabar logo" e afirma que é um "absurdo" ser perdoada por um crime que não cometeu.

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Em setembro, 30 membros do Greenpeace foram presos quando estavam a bordo de um barco protestando contra a exploração de petróleo no Ártico, inicialmente acusados de pirataria e depois de vandalismo. Eles foram liberados em novembro, mas aguardavam julgamento.

Segundo o Greenpeace Brasil, os 26 integrantes de nacionalidade não russa vão entrar com pedido de vistos de saída para finalmente poderem deixar o país. Uma reunião com o Serviço de Migração Federal está marcada para hoje.

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"A nossa saga deve acabar logo, mas não existe anistia para o Ártico. Então, quando isso acabar, nós continuaremos nossa missão de proteger o Ártico das petrolíferas gananciosas", disse a ativista Ana Paula no comunicado. "É um absurdo que tenhamos sido perdoados de um crime que não cometemos. Não sou culpada e nunca fui. Estou triste de deixar a Rússia enquanto nosso navio Arctic Sunrise permanece aqui. Metade de meu coração vai permanecer com ele, atracado em Murmansk", acrescentou.

Segundo a Associated Press, dos 30 membros do Greenpeace presos, apenas o italiano Cristian d'Alessandro não recebeu a anistia ainda, por não ter conseguido um tradutor para acompanhá-lo na vista ao Comitê Investigativo. Ele precisará conversar novamente com as autoridades na quinta-feira para conseguir resolver sua situação.

As acusações contra os membros do Greenpeace foram retiradas como parte de um projeto de anistia aprovado pelo Parlamento este mês. Observadores dizem que a medida foi uma tentativa de acalmar as críticas contra o respeito aos direitos humanos no país, que receberá em fevereiro os Jogos Olímpicos de Inverno.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, questionou a intenção dos ativistas de defender o Ártico e disse que eles estavam tentando prejudicar os interesses econômicos do país. Ele disse que não se importava com o fim das acusações contra os membros do Greenpeace, mas acrescentou esperar que "isso não se repita".

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