Autoridades russas retiraram as acusações contra o repórter investigativo Ivan Golunov, cuja prisão na semana passada provocou protestos e uma onda de solidariedade na imprensa. Ele deve ser libertado da prisão domiciliar ainda nesta terça-feira (11).
Testes forenses não encontraram provas de que o jornalista tenha cometido crimes relacionados ao tráfico de drogas, segundo o ministro russo do Interior, Vladimir Kolokoltsev.
Nossas convicções: Liberdade de expressão
Os policiais envolvidos na detenção de Golunov serão investigados. Kolokoltsev disse que pediu ao Kremlin a demissão de dois altos funcionários da polícia de Moscou, incluindo o chefe de repressão às drogas.
"Acredito que os direitos de todos os cidadãos devem ser protegidos, não importa sua afiliação profissional", disse Kolokoltsev.
Golunov escreve para Meduza, um popular site de notícias de língua russa baseado na Letônia e crítico do presidente Vladimir Putin.
Reação pública
A atenção do público para o caso cresceu na segunda-feira (10), depois que três dos jornais mais respeitados da Rússia - Kommersant, Vedomosti e RBC - publicaram uma manchete idêntica na primeira página: "Eu/Nós Somos Ivan Golunov".
O alvoroço pela prisão do jornalista elevou o debate sobre influência e liberdade na Rússia do presidente Vladimir Putin. Os serviços de segurança há muito tempo parecem dominantes, empunhando a lei para dominar rivais de negócios e silenciar ativistas.
O anúncio de Kolokoltsev nesta terça-feira, porém, representou um revés para as poderosas agências de segurança da Rússia e uma rara reverência à pressão pública por parte do Kremlin.