O ditador Vladimir Putin durante sua visita à base de Khmeimim, na Síria, em 2017| Foto: EPA/MICHAEL KLIMENTYEV / SPUTNIK / KREMLIN
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Imagens de satélite divulgadas pela imprensa internacional nesta semana mostraram que a Rússia iniciou a retirada de navios e aeronaves de suas bases militares que ficam localizadas na Síria. No entanto, segundo o jornal britânico The Teegraph, apesar do movimento, o regime de Vladimir Putin ainda mantém negociações com os rebeldes que derrubaram seu aliado e ditador Bashar al-Assad para assegurar sua permanência no país.

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Ao Telegraph, fontes próximas ao Kremlin afirmaram que Moscou busca preservar o controle de instalações estratégicas, como as bases de Tartus e Khmeimim, consideradas essenciais para seu poder militar e influência no Oriente Médio.

"Atualmente, as negociações sobre a Síria estão em andamento entre Rússia, Turquia, Irã e outros. A questão das bases militares russas está em aberto", afirmou Anastasia Kashevarova, uma propagandista do regime de Putin, em seu canal no Telegram, citou o Telegraph.

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A retirada dos navios russos começou logo após a Organização para a Libertação do Levante, ou Hayat Tahrir al-Sham (HTS), assumir o controle de Damasco, ação que ocorreu no último final de semana. Imagens divulgadas pelos satélites da empresa Maxar Technologies mostraram cinco embarcações russas, incluindo três fragatas e um submarino, deixando o porto de Tartus, deslocando-se até uma região que fica fora do alcance de prováveis ataques que os rebeldes possam realizar.

A base naval de Tartus, construída em 1971 ainda sob supervisão da antiga União Soviética, é a única instalação marítima da Rússia no Mediterrâneo, e serve como centro de reparos e reabastecimento de sua frota. Em 2015, Putin ampliou a presença militar no local durante sua intervenção na guerra civil síria. Analistas apontam que a perda de Tartus seria um duro golpe para os planos do Kremlin de projeção de poder no Oriente Médio e no norte da África.

Além disso, a base aérea de Khmeimim, localizada a cerca de 120 quilômetros de Tartus, foi crucial para as operações militares russas em apoio a Assad, incluindo bombardeios que devastaram posições rebeldes em 2015. Entretanto, fontes indicaram ao Telegraph que Moscou também retirou aviões do local enquanto tenta negociar com o novo governo, liderado pelo HTS.

A queda de Assad representa um revés significativo para Putin, que havia investido fortemente em sua aliança com o regime sírio para garantir influência geopolítica no Oriente Médio. Segundo Dmitry Medvedev, ex-presidente russo e vice-chefe do Conselho de Segurança, a culpa pelo colapso da ditadura sanguinária de Assad foi das próprias forças que eram leais ao regime.

"O apoio [da Rússia] foi eficaz. [Mas] há poucas expectativas agora de que a unidade da Síria será preservada”, disse ele.

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Assad atualmente está refugiado em Moscou, local para onde fugiu após o avanço das forças rebeldes.