A Assembleia Geral da ONU aprovou nesta segunda-feira (10) que a votação de uma resolução sobre as anexações russas na Ucrânia a ser realizada nesta semana seja pública, e não secreta, como Moscou pretendia.
Por um placar de 107 votos a favor, 13 contra e 39 abstenções, a Assembleia Geral adotou uma decisão proposta pela Albânia de que a votação registre como cada país vota, como de costume.
A Rússia, entretanto, havia proposto que a votação fosse secreta, argumentando que os Estados Unidos e seus aliados estão exercendo “enorme pressão” sobre outros países, impedindo-os de se expressarem livremente.
O projeto de resolução a ser votado pela Assembleia Geral condena a organização, por parte da Rússia, de “referendos ilegais” nas regiões ucranianas que acabaram anexadas e declara que as tentativas de se apossar desses territórios “não têm validade sob o direito internacional”.
O projeto é muito semelhante a outro que a Rússia recentemente vetou no Conselho de Segurança da ONU. Ele exige que Moscou reverta suas ações sobre o status das regiões de Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson e que retire suas tropas imediata e incondicionalmente da Ucrânia.
Diante do veto no Conselho de Segurança, Kyiv e seus aliados optaram por recorrer à Assembleia Geral, onde nenhum país pode vetar uma resolução.
O embaixador russo nas Nações Unidas, Vasily Nebenzya, repetiu o argumento de que seu país está atuando na Ucrânia em defesa de uma população cujos direitos estão sendo pisoteados e garantiu que os referendos foram realizados com todas as garantias.
Nebenzya alegou ainda que estes movimentos não violam o direito internacional, ao contrário do que afirmou, entre outros, o secretário-geral da ONU, António Guterres.
O representante russo também acusou as potências ocidentais de duplo padrão por aceitar no passado a segregação de Kosovo e agora se opor à divisão das regiões de Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson e sua anexação à Rússia.
A Assembleia Geral - que reúne todos os 193 países membros da ONU - reabriu sua sessão especial de emergência sobre a guerra na Ucrânia nesta segunda-feira para começar a debater o assunto.
Com dezenas de países inscritos para falar, fontes diplomáticas esperam que a resolução não seja votada antes de quarta-feira (12).
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Deixe sua opinião