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AGENTES INFILTRADOS

Rússia tem longa história de espiões nos EUA. Conheça cinco deles

Maria Butina, em Moscou, em outubro de 2013 | Arquivo pessoalReprodução / Facebook
Maria Butina, em Moscou, em outubro de 2013 (Foto: Arquivo pessoalReprodução / Facebook)

Nesta quarta-feira (12), Maria Butina se declarou culpada de conspirar para atuar nos Estados Unidos como agente não registrada da Rússia. Trabalhando para o governo russo, ela se infiltrou na National Rifle Association (NRA, Associação Nacional de Rifles), forjando relacionamentos com ativistas conservadores e líderes políticos republicanos.

Como estudante da Faculdade de Serviço Internacional da American University, Butina não se manteve discreta. Ela era uma ativa conservadora, conhecida por comprar doses de vodca para amigos em um restaurante russo de Washington e usar uma capa de celular com a foto de Vladimir Putin sem camisa andando a cavalo. 

Butina se junta a uma longa lista de agentes russos que se infiltraram nos Estados Unidos. Estes são alguns dos mais notórios. 

1. Jacob Golos 

Do final da década de 1920 até o início dos anos 1940, Golos viveu nos Estados Unidos, onde ajudou a administrar o Partido Comunista dos EUA. 

O russo e bolchevique viveu no bairro Lower East Side de Nova York, onde dirigia uma agência de viagens chamada World Tourists. Era a cobertura perfeita, que o permitia canalizar dinheiro entre o Partido Comunista na União Soviética e nos Estados Unidos. Golos construiu uma ampla rede de aliados partidários nos Estados Unidos e até recrutou sua secretária americana para a causa. 

Mas ele é mais conhecido por seu recruta mais famoso: Ernest Hemingway. Em janeiro de 1941, Golos relatou ao NKVD (uma versão mais antiga da KGB) que ele havia recrutado com sucesso o autor americano. “Tenho certeza de que ele vai cooperar conosco e fará tudo o que puder” para ajudar o NKVD, relatou Golos, de acordo com um relatório da CIA. 

Hemingway recebeu o codinome “Argo”, embora não esteja claro quanto trabalho – se algum – ele fez pelos soviéticos. 

2. Oleg Kalugin 

Kalugin mudou-se para Nova York na década de 1950 para estudar jornalismo na Universidade de Columbia. Lá, como ele escreveu em seu livro, aprendeu a arte de espalhar a desinformação e “provocar problemas”. Ele também aprendeu a recrutar agentes. 

Kalugin se tornou um jornalista trabalhando em Nova York enquanto espionava para a KGB. Finalmente, ele acabou no distrito de Columbia na embaixada soviética, tornando-se o mais jovem general da KGB em 1974, quando completou 40 anos. Em certo momento, ele serviu como chefe de um jovem recruta chamado Vladimir Putin, que viria a se tornar presidente da Rússia. 

Quando retornou a Rússia, Kalugin escreveu que ficou desiludido com a corrupção na KGB. Ele voltou para os Estados Unidos depois de se opor a uma tentativa de golpe contra o líder soviético Mikhail Gorbachev. Kalugin vive nos Estados Unidos desde então. 

3. Anna Chapman 

Chapman é provavelmente a espiã mais amada da Rússia dos dias atuais. Filha de um agente da KGB, Chapman se casou para ter cidadania britânica e depois usou essa cidadania para se tornar residente nos Estados Unidos. Ela estava morando em Nova York trabalhando disfarçada de corretora de imóveis quando, em 2010, o FBI a prendeu além de nove outros russos. Foi o maior abalo para a inteligência russa em solo norte-americano desde a Guerra Fria. Não está claro, no entanto, se Chapman e seus colegas reuniram qualquer informação de substância. 

Os Estados Unidos enviaram Chapman e os outros de volta à Rússia como parte de uma troca de prisioneiros. Desde o retorno, Chapman usou seu atraente cabelo ruivo e beleza de modelo para se tornar uma figura da mídia. Ela posou na capa da Maxim Rússia como espiã poucos meses após seu retorno. 

Mais recentemente, Chapman se tornou modelo do Instagram e ardente defensora do presidente Donald Trump. 

4. Andrei Bezrukob e Elena Vavilova 

Bezrukob e Vavilova – ou Donald Heathfield e Tracey Ann Foley, seus apelidos nos Estados Unidos – foram capturados junto com Chapman. Eles são mais conhecidos como os espiões em que a série de sucesso FX “The Americans” é baseada. Os dois, agindo como um casal, foram para Toronto, onde tiveram dois filhos, depois se mudaram para a França antes de se estabelecerem em Cambridge, Massachusetts, em 1999. 

Quando o FBI veio bater à sua porta, seus filhos disseram que não tinham ideia do que estava acontecendo. Mesmo assim, eles receberam passaportes russos e retornaram para a Rússia com seus pais. Agora, um trabalha em finanças na Ásia e o outro frequenta a escola na Europa. Eles afirmam que não têm vínculos com a Rússia e estão lutando para obter sua cidadania canadense de volta.

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