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Os cerca de 20 mil jovens ucranianos que foram levados para a Rússia contra a vontade deles, conforme informações da Ucrânia, estariam neste momento sob pressão dos russos para que participem dos programas de treinamento e se juntem às fileiras militares do país de Vladimir Putin, onde posteriormente seriam enviados para lutar em solo ucraniano. Tal informação foi revelada por uma reportagem da CNN, publicada na semana passada.
A emissora americana citou na reportagem o caso de um jovem ucraniano chamado Bohdan Yermokhin, que poderia confirmar essa iniciativa russa. Conforme a CNN, Yermokhin foi levado à força pelas autoridades russas da cidade ucraniana de Mariupol, no ano em que o país de Putin decidiu invadir a Ucrânia, em 2022.
A reportagem cita que Yermokhin foi colocado sob os cuidados de uma família adotiva russa e inscrito em um programa de "acampamento patriótico", onde foi submetido a tentativas de doutrinação nacionalista. Conforme se aproximava seu 18º aniversário, ele recebeu uma convocação do escritório de recrutamento militar russo, um ato que ele viu como uma tentativa de coagi-lo a lutar contra seu próprio povo.
O caso de Yermokhin poderia indicar que a Rússia tem um processo padrão para recrutar jovens ucranianos levados à força para o país, que estaria começando com a imposição de passaportes russos a eles e terminando com a mobilização forçada dos mesmos para o serviço militar russo.
Conforme a CNN, essa ação da Rússia foi condenada por Dmytro Lubinets, comissário de direitos humanos da Ucrânia, como parte de uma “campanha mais ampla para apagar a identidade ucraniana e reabastecer suas fileiras militares”.
Organizações internacionais de direitos humanos, incluindo o Comitê Internacional da Cruz Vermelha e a Human Rights Watch (HRW), denunciaram as ações da Rússia como violações das Convenções de Genebra e crimes de guerra.