Chanceler russo rejeita cooperação antimísseis com EUA

A oferta de cooperação havia sido feita pelo secretário norte-americano de Defesa, Robert Gates, que sugeriu, por exemplo, exercícios conjuntos e compartilhamento de dados.

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A Rússia testou com sucesso, na terça-feira, um novo míssil balístico intercontinental que é capaz de carregar várias ogivas e que foi projetado para suplantar sistemas de defesa antimíssil, afirmou o Ministério de Defesa do país.

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Um porta-voz do órgão disse que o míssil RS-24 partiu de um lançador móvel às 10h20 GMT (7h20, horário de Brasília), do cosmódromo de Plestesk, localizado cerca de 800 km ao norte de Moscou.

Menos de uma hora depois, o comando das Forças de Mísseis Estratégicos da Rússia afirmou que o míssil tinha atingido seus alvos no ponto de teste em Kura, na península de Kamchatka (ao norte do Japão).

"O míssil balístico intercontinental RS-24 aumentará o potencial militar da força de foguetes estratégicos da Rússia, possibilitando suplantar os sistemas de defesa antimíssil e assim aumentar o potencial de dissuasão das forças nucleares estratégicas da Rússia", afirmou o comando, em uma declaração.

Especialistas russos em questões militares disseram que o novo míssil é parte da "resposta altamente eficiente" prometida pelo presidente do país, Vladimir Putin, como reação ao escudo de defesa antimíssil que os EUA pretendem montar na Europa para detectar e derrubar mísseis vindos de países hostis.

"Esse aparato pode suplantar qualquer sistema de defesa antimíssil a ser desenvolvido por outros países", afirmou o coronel-general Viktor Yesin ao canal de TV Today, da Rússia.

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Os planos norte-americanos deixaram o governo russo insatisfeito e tornaram mais tensas as relações entre os dois países. Para a Rússia, o escudo antimíssil representa uma ameaça a sua segurança.

"BARRIL DE PÓLVORA"

Na terça-feira, o presidente russo intensificou seus ataques contra os planos dos EUA, afirmando que a montagem de um sistema antimíssil na Europa transformaria o continente em um "barril de pólvora".

"Nós consideramos prejudicial e perigoso transformar a Europa em um barril de pólvora e recheá-la com novos armamentos", afirmou Putin ao primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, que o visitava no Kremlin.

"Isso cria riscos novos e desnecessários para todo o sistema das relações internacionais", disse ao premiê. Portugal assume a presidência rotativa da União Européia (UE) no dia 1o de julho.

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O novo RS-24 pode ser equipado com até dez ogivas diferentes e foi projetado para substituir a geração anterior de mísseis intercontinentais da Rússia, tais como os RS-18 e os RS-20.

O desenvolvimento desse míssil integra os esforços russos para substituir e modernizar seus equipamentos militares, muitos dos quais datam da Guerra Fria.

Os mísseis capazes de carregar múltiplas ogivas endereçadas para alvos diferentes são mais difíceis de interceptar e destruir completamente após terem sido disparados, tornando a defesa contra eles muito mais complicada.