A Rússia disse na quarta-feira ter tranquilizado a Colômbia quanto às suas relações militares com a Venezuela, negando que haja algum tipo de desafio a Washington, numa espécie de repetição da Guerra Fria.

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Tentando retomar sua influência global, a Rússia tem demonstrado seu poderio na América Latina e fortalecido as relações com dois países inimigos ideológicos dos EUA - Venezuela e Cuba.

As relações entre Moscou e Washington estão tensas devido aos planos norte-americanos de instalar um escudo antimísseis no Leste Europeu e da recente invasão russa na Geórgia.

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O presidente Dmitry Medvedev visita Caracas e também o Brasil neste mês, e o cruzador Pedro, o Grande, e outros navios russos realizarão exercícios navais com a Venezuela no Caribe, a primeira atividade desse gênero num "quintal" dos EUA desde a Guerra Fria.

Moscou já vendeu helicópteros, caças e fuzis Kalashnikov ao governo de Hugo Chávez. Os EUA e a Colômbia temem que parte das armas caia em mãos de guerrilheiros marxistas colombianos.

"Confirmamos nossa disposição em rejeitar quaisquer preocupações que poderiam advir..., e os colombianos estão satisfeitos", disse o chanceler russo, Sergei Lavrov, a jornalistas durante uma visita à Colômbia - a primeira de um ocupante do seu cargo desde 1997.

" é apenas procurar sensacionalismo quando a visita do presidente russo a países latino-americanos é considerada um desafio aos Estados Unidos. Essas avaliações são simplesmente herdadas da época da Guerra Fria", declarou.

De acordo com Lavrov, não há provas de desvio de armas russas para as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, mas ele disse que eventuais denúncias serão investigadas.

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Alguns analistas dizem que as manobras russas na região servem mais como demonstração comercial das suas armas do que para atrair aliados em um novo confronto com Washington.

A Colômbia, maior aliada dos EUA na região, também busca uma aproximação com a Rússia neste ano. Quer oportunidades de investimentos e também garantias de que a frota russa enviada ao Caribe não entrará em águas disputadas com a Venezuela.

O presidente Álvaro Uribe pode visitar a Rússia no ano que vem, e a Colômbia espera assinar acordos para mais cooperação militar e comercial, enquanto empresas russas estão de olho em projetos de gás, petróleo e construção, segundo ambos os governos.

Chávez, porta-estandarte do antiamericanismo na América Latina, costuma ter atritos com a Colômbia por causa de sua simpatia pelas Farc, guerrilha envolvida em um conflito que às vezes se espalha para o território venezuelano.

Apesar das divergências ideológicas e nas relações com Washington, Chávez e Uribe mantêm relações pragmáticas nos últimos meses.

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