Vladimir Putin| Foto: AFP

A Rússia vive neste sábado (03) um dia de reflexão face ao pleito presidencial de domingo (04), corrida que o primeiro-ministro, Vladimir Putin, parte como claro favorito à vitória.

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Desde a meia-noite a propaganda eleitoral está proibida em todo o país, como prevê a legislação, que estabelece o dia anterior a eleição como de reflexão.

Mais de 600 mil pessoas se cadastraram no site webvybory2012.ru para acompanhar a partir de seus computadores a votação transmitida por meio de webcams instaladas na maior parte dos 96 mil colégios eleitorais por ordem do chefe do Governo russo.

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"Hoje é o último dia da preparação do sistema para as eleições. Demoramos dois meses para colocar esse projeto em prática", revelou o ministro de Comunicações russo, Igor Shyogolev, citado pela agência "RIA Novosti".

A iniciativa foi uma resposta de Putin a forte onda de críticas e acusações de fraude contra seu partido Rússia Unida (RU) nas legislativas de dezembro, formação que arrebatou grande parte das cadeiras, embora na comparação com o pleito de 2007, o partido governista tenha perdido 12 milhões de votos.

Cerca de 110 milhões de russos votarão em 96 mil colégios eleitorais para escolher quem comandará o destino da Rússia pelos próximos seis anos, novo prazo de mandato presidencial promulgado pela maioria constitucional formada pelo RU em 2008.

Graças à reforma da Constituição, Putin poderá se vencer esta e a próxima eleição permanecer como chefe de Estado até 2024, além dos dois de quatro anos que já exerceu entre 2000 e 2008.

Os primeiros colégios eleitorais a receber eleitores serão os das regiões de Kamtchatka, Tchukotka e Magadan, no Extremo Oriente russo, que abrirão as portas, como estabelece a lei, às 8h (17h de sábado), quando em Moscou já será meia-noite.

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Os cidadãos russos poderão votar até as 20h, após esse horário terá início a apuração.

Diante do fato do território da Rússia abranger nove fusos horários, o dia eleitoral vai durar 21h, o mais longo do mundo, pois os colégios eleitorais da região mais ocidental do país, Kaliningrado, enclave às margens do Mar Báltico, fecharão às 14h (de Brasília) de domingo.

Até o momento, cerca de 700 observadores internacionais foram credenciados para acompanhar as eleições russas. Todas as pesquisas indicam por unanimidade que Putin vencerá a eleição no primeiro turno.

De acordo com o centro de estudos VTSIOM, 59,5% dos russos estaria disposto a votar em Putin, 6% mais do que em meados de fevereiro, por isso não seria necessário disputar segundo turno.

O líder comunista Gennady Zyuganov receberia 16,3% dos votos; o bilionário Mikhail Prokhorov 8,6%; o nacionalista Vladimir Zhirinovsky 8,3%, e o social-democrata Sergey Mironov 5,6%.

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Uma pesquisa feita pelo Centro Levada estima em 38% o percentual de russos dispostos a manifestarem-se para denunciar uma possível fraude nas presidenciais, enquanto 42% apoiam os atos públicos em defesa de Putin.

Ao mesmo tempo, o diretor da entidade de pesquisa, Lev Gudkov, advertiu que a tensão social aumentará na segunda metade do ano devido às populistas promessas feitas por Putin durante a campanha eleitoral.

No fim de 2011, a Rússia foi palco dos maiores protestos já vistos no país desde a década de 90, após a suposta fraude governista no pleito parlamentar.

Os manifestantes exigem a realização de novas eleições legislativas, a libertação dos presos políticos e demissão do chefe da Comissão Eleitoral Central (CEC) da Rússia, Vladimir Churov.

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